23 de dezembro de 2024
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Apesar de raro, câncer cerebral exige atenção para diagnóstico precoce

Sociedade Brasileira de Patologia exalta importância do Maio Cinza na conscientização para sintomas que muitas vezes podem passar despercebidos.

O Maio Cinza foi recentemente criado como uma campanha para conscientizar a população sobre os riscos e as características do câncer cerebral. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença corresponde a 2% dos tipos de câncer no Brasil e pode acometer crianças, adultos e idosos. Embora raro, a difícil localização dos tumores pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes e impor tratamentos mais complexos. 

A Sociedade Brasileira de Patologia (SPB) alerta que não existem medidas definidas para a prevenção específica dos tumores cerebrais, motivo que torna ainda mais importante o diagnóstico da doença em uma fase inicial. A detecção precoce requer atenção a sintomas e sinais como dores de cabeça muito fortes e frequentes, alterações visuais e na fala, crises convulsivas, sonolência, mudanças no comportamento e dificuldade de equilíbrio. 

A SBP destaca ainda o papel fundamental do médico patologista na definição do estágio do tumor e das opções de tratamento. Segundo Felipe D’Almeida Costa, vice-presidente para Assuntos Acadêmicos da SBP, é o patologista quem recebe a biópsia neurocirúrgica do paciente e utiliza métodos adicionais, como a imunoistoquímica e os testes genéticos moleculares, para fazer o diagnóstico preciso e estratificar o risco. “Uma vez estabelecido o diagnóstico, o paciente pode ser encaminhado para terapias adicionais, como a radioterapia ou a quimioterapia”, explica D’Almeida Costa.

Ainda, de acordo com o patologista, é primordial que os médicos considerem sempre a possibilidade de um tumor cerebral dentre os diagnósticos de um paciente que tenha sintomas neurológicos. “Na maioria das vezes esses sintomas, sozinhos, não são causados por um câncer, mas é importante que as alterações sejam investigadas de perto”, reforça D’Almeida Costa, que tem a neuropatologia como uma de suas subespecialidades. 

Encaminhado para uma equipe multidisciplinar, o paciente poderá ser observado de perto por neurocirurgiões, neurorradiologistas e neuropatologistas, especialistas em reabilitação e outros profissionais que ajudarão a melhorar a qualidade de vida do paciente neuro-oncológico. 

Sobre a SBP

Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem o objetivo de promover a integração e educação continuada dos médicos especialistas da área, priorizando sempre a comunicação e o aprimoramento técnico-científico. Desde o início de suas atividades, a associação promove, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Patologia, que em 2024 chegará à sua 34ª edição. A SBP também produz o jornal “O Patologista”, um informativo com notícias sobre a especialidade, com periodicidade trimestral.