19 de novembro de 2024
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Artigo: Vigorexia – A busca pelo corpo ‘perfeito’

Por: Arthur Micheloni*

Nos últimos tempos, começou a haver uma grande e excessiva preocupação com a aparência, sempre com pessoas buscando além do saudável, ter uma aparência perfeita.

Os vigoréxicos são pessoas que se caracterizam por ter uma visão distorcida de seus próprios corpos: são fortes e musculosas, mas se veem fracas. Como tendem a buscar sempre melhorar, mesmo não tendo como ficar melhor, buscam uma alimentação restritiva, passam muito tempo na academia, sempre fazendo exercícios em excesso e podem até recorrer à suplementação e uso de anabolizantes sem recomendação ou até mesmos um abuso de procedimentos cirúrgicos para buscar o corpo desejado.

Usualmente, eles se descrevem como fracos e pequenos, mesmo tendo desenvolvido musculatura acima da média. Sempre mantendo uma crítica constante sobre seu corpo. O resultado é que desenvolvem a dependência pelo exercício físico e uma espécie de obsessão pelo corpo musculoso, uma vez que nunca se satisfazem com a condição em que se encontram, ou seja, jamais estão suficientemente fortes ou musculosos.

Pesquisas indicam que entre os latino-americanos, os brasileiros são os maiores consumidores de remédios para emagrecer.

Apenas em 2011 a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a Vigorexia como um transtorno psicológico de ansiedade.

O tratamento contra vigorexia deve ser feito por uma equipe multiprofissional especializada, com médico, psicólogo, nutricionista e um profissional de educação física. Apesar de não existir uma terapia específica para a doença, algumas práticas usadas em quadros correlatos trazem resultados satisfatórios no tratamento da doença.

O primeiro passo para dar início ao tratamento, é sessar o uso de anabolizantes. Esse começo é bem difícil para o paciente, sendo necessário o acompanhamento de um médico e um psicólogo. Pode-se utilizar medicamentos antidepressivos. O tratamento psicológico é voltado para a recuperação da autoestima e identificação dos padrões distorcidos de percepção corporal. Esse trabalho estimula o reconhecimento de pontos positivos na própria aparência e a adoção de hábitos mais saudáveis. E a prática de atividades físicas não deve ser abandonada durante o tratamento, sendo necessário a presença de um profissional de educação física, diminuindo a intensidade dos treinos do paciente.

A principal preocupação é o padrão estético estabelecido pela sociedade, cada vez mais exigente em relação aos atributos físicos. Com o excesso de tecnologia e uso de redes sociais, o indivíduo está mais exposto a esses padrões e passa a almejar o “corpo ideal”.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Ortopedia e Traumatologia, pós-graduando em Fitoterapia, discente e adepto da Medicina Integrativa e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.