19 de novembro de 2024
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Nossa Palavra – Valeu, Marrocos, foi por pouco, muito pouco mesmo

Lógico, deu França na final. A ciência exata dentro do esporte, no qual nem sempre as coisas acontecem com exatidão. Marrocos está no continente das zebras, mas geograficamente mais perto do sangue azul. Marrocos não cai, Marrocos sobe. É a pura verdade dos fatos.

O primeiro país africano a chegar a uma semifinal esteve próximo de ir à final, principalmente pelo que produziu no segundo tempo contra a França, quando apenas um gol o colocaria na disputa direta. Faltou ser direto na conclusão das jogadas (e não foram poucas) que construiu.

Neste ponto entra o peso da camisa azul adversária, em contraste com a leveza de quem já estava além do que poderia determinar a lógica. Um toque além a mais dentro da área ao invés de tocar para o companheiro ou de, simplesmente, chutar em direção ao gol. Não era necessário caprichar.

Poderia errar, mas erro maior foi cometido na análise de que a Copa do Mundo estava dominada pela aristocracia europeia e, no máximo, dois representantes da América do Sul. Marrocos mandou europeus para casa e fez mais do que um certo país sul-americano. E estará à frente, mesmo que fique atrás de todos os semifinalistas. Marrocos pode ter errado pela inocência, mas inocente foi achar que tal seleção mal jogaria a primeira fase.

A França não teve o domínio total do jogo, mas entendeu de que maneira poderia chegar à final. Arriscou-se ao não dar o devido combate diante de um ímpeto marroquino que crescia não mais de maneira surpreendente, mas certamente ameaçadora. Exceção a esta postura levemente suicida, o time francês soube ter a devida paciência para encaixar o contra-ataque que definiu sua ida para a quarta final em sete Copas. Em três decisões, venceu duas. Sempre com Didier Deschamps. Em campo ou no banco.

Perder por 2 a 0 para a atual campeã do mundo não é nenhum demérito. Pior seria uma derrota por 7 a 1, mas isso não é assunto para o momento.

Marrocos não está fora da Copa. Disputa o terceiro lugar. E deixa o Qatar com a honra e a alma lavadas, mesmo que fique em 4º.

Segue a França para mais uma final, tendo como adversária a Argentina. Que façam um jogo digno.