22 de dezembro de 2024
EconomiaGeral

Trocar de marcas no supermercado pode trazer economia acima de 10%

Mais de 80% dos clientes já substituíram produtos em busca de preços mais em conta. 

Com a crise econômica e o poder de compra reduzido, o brasileiro se vê forçado a mudar de hábitos e experimentar novas marcas de itens de alimentação, higiene e beleza. Segundo pesquisa realizada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), mais de 80% dos clientes já substituíram marcas de produtos em busca de preços mais em conta. 

Os consumidores estão de olho nos valores mais competitivos. Do total de entrevistados pelo levantamento, 31,5% disseram que vão a supermercados e farmácias para pesquisar preços antes de efetuarem as compras. 

Em entrevista à imprensa, o presidente da Asserj, Fábio Queiroz, observa que, nesse cenário de poder de compra reduzido, o brasileiro precisa usar os recursos disponíveis para economizar sem excluir nenhum produto – como experimentar novas marcas, substituir itens e buscar por ofertas. A orientação é sempre pesquisar em diversas redes para conseguir fechar a lista de compras sem prejuízo.

Na tentativa de driblar a alta dos preços, os consumidores adotam ainda outras estratégias, como procurar mercado onde aceita vale alimentação, substituir alimentos mais caros por aqueles que contam com o mesmo benefício nutricional, mas custam menos, fazer compras no atacado e listas antes de sair de casa para priorizar o necessário.

Foto: pch.vector/Freepik

Descontos em marcas próprias de supermercados

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial no país –, os valores de alimentos e bebidas avançaram 11,43% nos últimos 12 meses. Em um cenário de mudança de hábitos, as marcas próprias de redes de supermercado estão entrando com mais frequência no carrinho de compras do consumidor.

Um levantamento feito pelo E-Investidor em sites de duas grandes redes de supermercado, divulgado em matéria do Estadão, comparou os preços de alguns alimentos frequentes na cesta básica – arroz, feijão, açúcar refinado, café, sal, macarrão, seleta de legumes, óleo de soja e atum ralado.

Foram consideradas as cinco marcas que ofereciam o item mais barato de cada alimento, conforme padrões de tipo e quantidade. Os resultados mostraram que os produtos de marca própria tinham o menor preço em 60% das buscas. Além disso, em 80% das comparações, os itens das marcas das redes de supermercado estavam mais baratos do que o preço médio das cinco marcas mais em conta.

O desconto oferecido pelos produtos de marca própria comparado à média dos outros quatro itens mais baratos chega a 12,10%.

Especialistas acreditam que muitas pessoas não experimentam outras marcas por já suporem que não vão gostar do resultado ou por considerarem que não são tão boas. A recomendação é verificar a origem do produto e a sua procedência, como forma de avaliar a qualidade de cada item antes de experimentá-lo. 

Redes ampliam opções de produtos nas gôndolas

Como a alta nos preços não tem dado alívio ao orçamento das famílias, as redes de supermercados se desdobram para manter a fidelidade dos clientes. Uma das estratégias identificadas pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é o aumento do leque de marcas nas gôndolas, para oferecer ao consumidor variações mais em conta do mesmo produto.

O levantamento, realizado para o R7 Economize, aponta uma diversificação de marcas especialmente no tradicional prato do brasileiro: arroz com feijão. Para o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, o consumidor tem substituído a carne bovina – que registra uma série de alta nos preços – por alternativas como frango, carne suína e ovos. Além disso, observa-se uma busca constante por promoções e outras marcas. 

Ele afirma que os supermercados estão atentos a esse movimento e vêm negociando com produtores e fornecedores para oferecer preços competitivos e manter a fidelidade dos clientes. Caso contrário, os preços seriam ainda mais elevados.