25 de novembro de 2024
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Artigo:  Alergia à proteína do leite de vaca (APLV)

Por: Arthur Micheloni*

As alergias alimentarias são muito comuns hoje em dia, principalmente em crianças. Geralmente são responsáveis por manifestações e problemas gastrointestinais.

Os principais responsáveis por essas alergias, normalmente, são o leite de vaca, o ovo e o amendoim, juntamente com seus derivados.

A alergia à proteína do leite de vaca é a que tem mais ocorrência em crianças menores de três anos e acomete principalmente o sistema digestório e a pele.

Essa alergia, na verdade é a proteína do leite, sendo uma resposta imunológica desencadeada pela presença dessa proteína que nosso sistema imunológico não reconheceu. O leite apresenta aproximadamente 20 proteínas que podem desencadear essa ‘’falha’’ em nosso sistema. Dentre essas, podemos destacar a caseína, α-lactoalbumina e β-lactoglobulina.

Acomete principalmente crianças após a fase de amamentação ou quando estão iniciando o consumo de produtos que contenham leite de vaca. Porém, lactentes que se alimentam exclusivamente do leite materno, sendo nesse caso consequência do alimento ingerido pela mãe. Pode ocorrer em adultos, porém com menos frequência.

No quadro clínico demos dois tipos de reações, as imediatas e as tardias. Dentre as reações imediatas (ocorrem até duas horas depois do consumo), podemos ter urticaria, tosse seca, edema de laringe, rinite, asma e vômito. Já nas reações tardias (após muitas horas ou até dias depois do consumo), podemos ter diarreia, refluxo gastroesofágico, vômitos, constipação e até fezes com sangue.

Para o diagnosticar a APLV, recomenda-se analisar a história de vida do paciente e realizar a eliminação do leite na dieta e realizar provas de tolerância.

O tratamento é simples, deve-se ser retirado da dieta o leite de vaca e todos seus derivados.  No caso das crianças que ainda estão em fase de amamentação, é necessária a exclusão do leite de vaca e seus derivados da alimentação da mãe. Em alguns casos, ainda podemos aplicar a suplementação de cálcio para a mãe.

Em alguns casos mais extremos, pacientes podem apresentar alergia até ao cheiro do leite e cremes que possuem leite em sua composição.

Vale destacar que na grande maioria dos casos, a APLV é uma patologia transitória (desaparece após certo período). De acordo com a OMS, acredita-se que aproximadamente 85% das crianças com APLV são curadas completamente entre 3 e 5 anos de idade.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Ortopedia e Traumatologia, pós-graduando em Fitoterapia, discente e adepto da Medicina Integrativa e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.