23 de dezembro de 2024
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Manga para exportação gera mais lucro ao produtor, mas exige investimento e atenção

Ao mesmo tempo que agrega valor, especialistas orientam para alguns cuidados especiais com a fruta, principalmente relacionados à cor e à incidência de doenças fúngicas, que comprometem a qualidade da produção.

A manga é uma fruta consumida mundialmente e muito cultivada aqui no Brasil. Inicialmente era produzida apenas no estado de São Paulo, mas depois seguiu para os polos de agricultura irrigada do Nordeste. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), ela foi a variedade mais exportada em 2021, com o embarque de 270 mil toneladas, um aumento de 12% em relação a 2020.

 Além do volume, também foi o produto com maior valor agregado, cerca de US$ 248 milhões. O Vale do São Francisco (localizado nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas), respondeu por quase 90% deste montante, sendo mais cultivadas as do tipo sem fibras, como Keitt, King e Palmer. Tanto protagonismo exige cuidados especiais para garantir boas safras o ano todo e claro, melhor preço nas vendas.

Um dos fatores limitantes e que deve ser levado em consideração no cultivo é o clima. De acordo com Gilson Alves dos Santos, engenheiro agrônomo, gerente de produção na Fazenda Dan S/A, em Petrolina-PE, e consultor na MEC Consultoria, neste ano por exemplo, no Vale do São Francisco, Juazeiro-CE e Petrolina-CE, houve problemas com a grande quantidade de chuvas, já que isso não é comum nestas regiões. “Verificamos muitos casos de doenças fúngicas, principalmente pós-colheita. Vale ressaltar que mesmo outras áreas, especificamente as que produzem em um só período do ano, também há ocorrência de fungos como Antracnose e Lasiodiplodia theobromae, e que merecem atenção”, relata.

Problemas como esses atrapalham a produção e principalmente prejudicam a exportação, que exige alto grau de qualidade, cor do fruto, resistência ao transporte, uniformidade e tamanho. No Vale do São Francisco, Santos conta que cerca de 90% das grandes empresas do setor e que cultivam manga, atuam para exportar, ficando apenas uma fatia de 10% para atender ao mercado interno, como o próprio Nordeste e São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Exportar exige investimento e adequação

Que o mercado lá fora remunera mais pela manga, não é novidade. Mas, para chegar até esse cenário, é preciso investimento, padrão e paciência. “Orientamos o produtor a adequação de suas áreas, às certificações necessárias, procedimentos, selos, controle das moscas das frutas e ainda licença para o uso de armadilhas. Também frisamos a importância da atuação preventiva, fornecendo resistência à planta ao enfrentar altos índices de chuva, ou período de seca, que são situações que causam estresse às plantas. É preciso ter esse equilíbrio, com tecnologias, para alcançar uma produção uniforme durante todo o ano”, explica o engenheiro agrônomo.

Para exportar para Europa e Estados Unidos, o produtor tem que atender à exigência de tamanho dos frutos, nem grande demais, nem pequenos, ou seja, médios, com calibre de 8 a 12 frutos por embalagem. “Outro ponto de destaque é a cor e a resistência, que passam por um teste prévio, se está apto ou não para ser embalado, é aí que entra aquela orientação a atenção ao controle fúngico, que prejudica as frutas”, reforça Santos.

A cor, também é apontada pelo profissional como fundamental à exportação, e isso tem demandado ações conjuntas de produtores e empresas a fim de fornecer novas informações e resultados a respeito, como a multinacional DVA Agro. “Dizemos que as pessoas comem com os olhos e é verdade. Nesse sentido, estamos desenvolvendo trabalhos em parceria com a DVA, principalmente com as mangas sem fibras, que exigem essa coloração e as produzidas no Brasil tem essa deficiência. Então o Peru, grande exportador também, acaba saindo na frente por ter mais qualidade nesse quesito”, afirma.

O também engenheiro agrônomo e representante de vendas da multinacional para a região, Igor Ferreira Val, complementa falando sobre o cuidado com a coloração, “sobretudo nas variedades Keitt e Kent, as quais o mercado consumidor demanda um tom avermelhado intenso”. Para auxiliar quanto a esse tema, os fruticultores podem contar com o RIPENING BRIX, tecnologia contendo Extrato de Algas e Glicina Betaína enriquecida com Potássio, Molibdênio e quelato de Manganês.

A utilização desses elementos atua na mudança de cor e aumento dos graus brix. “Essa solução tem se mostrado uma ferramenta muito eficiente no processo de maturação fisiológica da planta, auxiliando a mesma na produção de substâncias como antocianinas, que tem a função de formar pigmentos no fruto. Assim alcançando a cor avermelhada tão necessária e exigida”, endossa Val.

Outras medidas que valem a pena

Hoje há disponível inúmeras ferramentas que podem ajudar o fruticultor a se adequar melhor tanto para exportar, quanto para produzir mais e melhor. O consultor da MEC Consultoria enumera algumas medidas:

  • É fundamental ter conhecimento de como a produção se comportou de um ano para outro, ou seja, ter um histórico, principalmente com as mudanças climáticas, isso ajuda na tomada de decisões mais rápidas e eficientes;
  • É necessário realizar análises foliar, nutricional da planta, de solo, de degradação da folha por alto índice de radiação solar, obter índices de chuva, para com esses dados em mãos, adotar procedimentos necessários para as devidas correções;
  • Faz-se importante investir em tecnologias, ferramentas e soluções que auxiliem nas mais diversas situações que possam limitar a capacidade produtiva das plantas dentro da fazenda.

Sobre – A DVA Group é uma empresa multinacional alemã cuja missão é desenvolver soluções agrícolas de alta qualidade para agricultores no Brasil e no mundo. Produz e comercializa produtos para a proteção de cultivos, nutrição vegetal, biológicos e adjuvantes especiais para uma agricultura sustentável. Com mais de 50 anos de experiência, além do Brasil também temos operações na Europa, América Latina, Ásia e África.