Clikando – O fim do centro democrático
Por: Gabriel Bagliotti*
O fim do centro democrático
O que pudemos acompanhar nas eleições majoritárias realizadas no último domingo, 2 de outubro foi o fim do centro democrático, especialmente do PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira – que após 27 anos não comandará mais o Estado de São Paulo.
A derrota do tucano Rodrigo Garcia derruba uma hegemonia no estado do partido que durava desde o final dos anos 1990, passando por Mário Covas, Geraldo Alckmin, José Serra e mais recentemente João Doria.
Garcia que era vice de Doria, assumiu o governo do Estado a pouco mais de cinco meses e conquistou bons números em aprovação, porém não conseguiu transformar essa boa aprovação de seu trabalho em votos nas urnas.
A postura de centro adotada por Garcia foi um dos pontos que mais o prejudicou, não se vinculou a um presidenciável e ficou escanteado em muitos momentos pela rivalidade entre Bolsonaro e Lula, consequentemente entre Haddad e Tarcísio de Freitas, tentando falar para uma terceira via que não existiu no cenário nacional e muito menos no estadual.
Era o mais preparado; porém…
A meu ver, Rodrigo Garcia seria o mais preparado para comandar os destinos do nosso estado, tendo em vista que é natural de Bariri, cidade da região de São José do Rio Preto, está há anos envolvido na política estadual, tendo trabalhado com praticamente todos os governadores e prefeitos da capital paulista nas últimas décadas, sendo ainda secretário de várias áreas dentro do estado e o principal, tendo ajudado e muito, o nosso município.
Porém não foi desta vez. Rodrigo é um político jovem, tem tudo para seguir na vida pública e buscar novos ares a partir de 2024, ou mesmo em 2026.
Faltou apoio real!
Outro ponto que prejudicou a trajetória de Garcia na busca por sua eleição ao cargo de Governador de São Paulo foi a falta de apoio de alguns de seus correligionários. Falo em especial da nossa Cidade!
Como pode um candidato a govenador, que nos últimos meses destinou mais de R$ 80 milhões para a Cidade e contava com o apoio do atual prefeito Vanderlei Mársico, os ex-prefeitos Paulo Delgado, Tato Nunes, Sérgio Salvagni, além da grande maioria de secretários e vereadores da Câmara Legislativa, incluindo ainda o candidato a deputado estadual Caio Forcel, somar apenas pouco mais de cinco mil votos.
Desde muito jovem acompanho eleições e sempre ouvi dos políticos, sejam eles das mais diversas vertentes políticas: Eleição é sola de sapato! É visitar casa a casa, é estar junto do povo, é se comprometer com o eleitor.
E não foi isso que aconteceu em nossa Cidade. Como pode, o pedido de votos ser feita apenas com a gravação de um pequeno vídeo, divulgado nos últimos dias de campanha. Vídeo esse frio, sem apelo popular, sem se vincular com o eleitor.
Ou, pior ainda, a postagem de única foto, montada digitalmente “colando” prefeito e governador da foto.
Ao que parece, os correligionários e apoiadores não estavam muito a fim de levar o nome de Garcia para o eleitor, deixando a população livre para buscar o seu candidato favorito, sem mostrar para ela que com a eleição de um estranho a nossa realidade, o município tende a perder apoio no envio de verbas, de recursos e maquinários para a movimentação do dia a dia do Município.
Só paraquedistas…
O termo paraquedista é dado para o candidato que aparece em uma determinada cidade em busca de votos, poucos meses antes da eleição, sem nunca ter feito nada para o cidadão daquele município.
Neste pleito pudemos observar que sem o estimulo das principais autoridades o povo ficou sem essa importante referência. Escolhendo assim candidatos a nível federal, como Carla Zambelli (PL), que obteve 946 votos na cidade, seguida por Eduardo Bolsonaro (PL) – 651 votos, Ricardo Salles (PL) – 612 votos e Guilherme Boulos (PSOL) –538 votos, que devido à grande expressão, certamente não conseguirão destinar verbas para Taquaritinga.
Já a nível estadual, alguns exemplos foram para Sebastião Santos (REPU), com 472 votos, Eduardo Suplicy (PT) – 466 votos, Samurai Caçador (PRTB) – 336 votos e Carlão Pignatari (PSDB) – 116 votos. Nomes que levaram votos e que pouco irão colaborar no envio de recursos.
*Gabriel Bagliotti é jornalista responsável e diretor presidente de O Defensor.