23 de dezembro de 2024
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Artigo: A luta por uma sociedade de leitores

Por: Prof. Sergio A. Sant’Anna*

O incentivo à leitura é primordial diante de um mundo polarizado. Argumentos pífios, falácias e fake news são elementos que se somam a esse “infomar” de desinformação. Diante deste caberá à Escola e aos setores culturais esse papel. Embora tenhamos um Governo que ao longo desses últimos quatro anos de congestão e disenteria verbal desestruturou estes setores, o papel da Escola e dos setores culturais é o incentivo incansável ao progresso do cidadão. Eu, você, nós como agentes necessitamos ser ativos. Fiéis aos princípios transformadores por parte destas seções. Educação e Cultura são vitais!

Há mais de vinte anos fiz um trabalho em Taquaritinga, na Escola Francisco Silveira Coelho, em que buscava a intertextualidade. Trabalhamos as composições familiares. Para ilustrar o assunto a música “Família”, do grupo Titãs foi a escolhida ao lado do quadro “Família” de Botero, colombiano; os alunos interessaram-se tanto pelo assunto que propuseram de fazermos uma exposição, apresentação teatral, além de outras atividades culturais. Na época estávamos alojados no prédio do antigo CEFAM. Interessante que, também, ministrando aulas no CEFAM (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério) fiz o mesmo trabalho com temáticas distintas, dali saímos como uma exposição na Praça Horácio Ramalho durante um sábado, além de algumas apresentações musicais e poéticas. Que show! Contávamos com o apoio da Rita Milanezi, na época Secretária de Cultura, que tanto nos ajudou. Parando e pensando um pouco sobre o incentivo à Cultura em Taquaritinga, a Rita foi importantíssima; não posso esquecer-me do grande Adriano Araújo, daqueles que não mensurava esforços; Marcos Bonilla, um grande parceiro, um exemplo neste setor. Além disso, as minhas sugestões sobre livros foram inúmeras, inclusive escrevia uma seção no jornal “Tribuna”, durante uma década, que tratava sobre Cultura. Contávamos com alunos que realmente liam e debatiam o que liam. Era uma ebulição cultural.

No Colégio Objetivo tive o prazer de reviver o Sarau Elétrico, um evento com música e poesia, que envolvia os escritores da cidade, além dos talentos que o colégio proporcionava e incentivava. Magnífico. Neco Pagliuso, Du Zupani, José Paulo Paes foram alguns dos homenageados. Neco e Du Zupani estiveram presentes. Neco com suas poesias, declamando, e Du com suas deslumbrantes imagens fotográficas. Quanta saudade…

Em Porto Alegre, uma capital que respirava cultura, tive o prazer de dar aulas em escolas e colégios que privilegiavam à Cultura. Portanto, o progresso infanto-juvenil era questão de tempo. E acontecia. Fui surpreendido certa vez por dezenas de alunos que haviam comprado o “Diário de Anne Frank”, tal atitude em função deste livro que debatíamos, vimos ao filme e, consequentemente, uma exposição. Momentos incríveis. Além de uma versão do “Café Filosófico” com grandes participantes e um público de alunos e familiares que ainda me emociona. Um momento ímpar.

Aqui em Santa Catarina sigo fazendo o mesmo, através das minhas aulas de Redação, Gramática e Literatura incentivo a busca pela leitura e, consequentemente, de cultura. Para isso, conto com escolas e colégios em que essas inserções são possíveis. A construção de um mundo melhor começa por aqui, o incentivo à Educação e a Cultura. E que a leitura contamine os demais cidadãos.

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor de Redação nas Redes Adventista e COC em SC e jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.