22 de novembro de 2024
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Artigo: Liberdade é um valor absoluto

Por: Luiz Fernando Lucas*

Liberdade é o primeiro desejo consciente de todo ser humano. Antes dela, há apenas os desejos que o corpo por si só manifesta inconscientemente: a fome, o sono, as necessidades fisiológicas e as vontades básicas.

Ao tomar consciência de si, num movimento natural como o das tartarugas que procuram o mar ao nascer, o ser humano mesmo sem saber racionalmente o porquê, inicia sua jornada pela conquista de sua própria liberdade.

Busca de todos os povos oprimidos, reinados e famílias destronadas. Qualquer ser humano deixa de ser livre quando tolhido da sua possibilidade de ir e vir, sem ter que pedir permissão, sem temer qualquer pessoa, lei ou risco de punição.

VALOR ABSOLUTO, sem oposto ou contrário.

Liberdade simplesmente é. Sem passado ou futuro, apenas é.

Não apenas o ir e vir.  Mas a restrição ou cerceamento de liberdade impregna na alma, na memória, na pele daqueles que passaram por situações extremas.

Mais cruel do que a restrição à liberdade do corpo é a limitação da liberdade da mente.

Nelson Mandela foi um dos seres que ancorou o valor da liberdade no mundo. E alguns de seus ensinos ecoam na eternidade. “Quando eu saí em direção ao portão que me levaria à liberdade, eu sabia que, se eu não deixasse minha amargura e meu ódio para trás, eu ainda estaria na prisão”, disse ele.

“Ser livre não é apenas quebrar as próprias correntes, mas viver de uma maneira que respeite e aumente a liberdade dos outros”, afirmou em outra ocasião. “Quando é negado a um homem o direito de viver a vida que acredita, ele não tem escolha, a não ser se tornar um fora da lei.”

O Brasil tem na história o maior herói também um exemplo de busca incondicional pela liberdade. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ancorou no país a liberdade, e cabe ecoar dentro de cada um essa liberdade e fazer da manifestação esse valor, esse princípio.

“Pois seja feita a vontade de Deus. Mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria!”, afirmou Tiradentes.

Acredita-se que antes de morrer, Joaquim da Silva Xavier disse: “Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra!”

Liberdade liberta das dores, dos carmas, das doenças. Isso pode parecer exagero a uma mente ainda não liberta, mas encontrará eco quanto mais próximo um ser estiver próximo de sua integridade.

Um ser livre é um ser íntegro.

Livre na acepção da palavra. Livre por completo, por inteiro. Livre, não importando as condições ou circunstâncias. Livre no corpo, na mente, nas emoções e no espírito ou na consciência.

E a Liberdade, como tal, faz recordar quem é. Auxilia na evolução.

Escravidão existe onde as pessoas aceitam a condição, porém nunca concordam com ela. Também existem casos em que as pessoas nem se dão conta de que são escravas, estão inconscientes de sua falta de liberdade. A história do mundo está cheia de exemplos, dos mais remotos aos mais atuais, infelizmente.

Um exemplo é o de um colar no pescoço. Um colar pode ser amuleto e pingente. Mas também pode ser uma coleira que aprisiona. Traz a beleza ou a vaidade. A riqueza ou a luxúria. Pois tudo na vida é dual, a não ser os valores absolutos.

Liberdade é um estado de espírito. Um estado do ser.

Quando um ser está inteiro, ao olhar os problemas ao redor, que são temporários, relativos, aparentes, circunstanciais, os entende como degraus para sua própria evolução, já não está mais refém ou escravo deles.

E, assim, sobe cada um dos degraus das aparentes ou mais profundas dificuldades, se libertando das amarras mentais, emocionais, sociais, legais, de crenças e limitações autoimpostas.

Liberdade é uma condição que independe do que está fora. Pois, se você sentir que algo o aprisiona, na sua mente, nas suas emoções, sinto dizer que então você continua escravo de si próprio – das crenças, dos ensinos, dos dogmas, da cultura e de tudo mais que lhe foi imposto ou aceito por você mesmo.

O chamado é olhar se existe algo que é escravo na natureza. Reflita sobre isso.

O momento agora é de expansão de consciência, de evoluir para o homo conscious. A Era da Integridade propicia a vibração pela luz, pelo amor e não mais a necessidade de ser ficar preso, escravo de si próprio. Cabe a cada um tomar consciência e ir em busca de sua real liberdade.

O ser espiritual, consciente, livre que é, tem o livre-arbítrio para sair da lei do carma e da Roda de Samsara infinita. É só uma questão de decisão. Cindir com o que tinha e marcar a cisão para ser quem realmente você é: um ser LIVRE.

Para ser inteiro, integro, é preciso ser livre. É o último degrau para a expansão total da consciência, iluminação ou para a integridade, é a consciência de ser absolutamente livre.

LIBERDADE, use com moderação.

*Luiz Fernando Lucas é especialista em Cultura de Valores e autor do livro ‘A Era da Integridade – Homo Conscious – A Próxima Evolução’.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.