Polêmica: Vereadores ‘quebram o pau’ sobre possível abertura de CPI da Saúde

Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Maria Angélica Tiossi Boer falou na Tribuna Livre.

Quem acompanha as sessões ordinárias da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP), já está acostumado com as polêmicas levantadas pelos nobres vereadores. Mas quem achava que as sessões estavam de certa forma, tranquilas e sem polêmica, caiu do cavalo. Isso porque o clima para a sessão de segunda-feira (14) esquentou, e esquentou bastante, sobrando críticas e acusações para todos os lados.

Dentre todos os projetos apresentados na ordem do dia, requerimentos e indicações pelos vereadores, a pauta da última sessão tinha um tópico interessante: a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – para averiguar possíveis irregularidades por parte do Secretário da Saúde, José Fonseca Neto.

Outro ponto que apimentou ainda mais a reunião foi à utilização da Tribuna Livre, por parte da presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Taquaritinga (SP), Maria Angélica Tiossi Boer.

 Maria Angélica começou sua fala afirmando que “venho até esta casa de leis pedir para que os vereadores separem o joio do trigo. O que quero dizer não estamos falando da índole ou da capacidade do trabalho do secretário, mas sim da forma que está sendo tratado os nossos servidores, assediando moralmente. Quero deixar bem claro que este sindicato teve 95% de aprovação na última eleição e por isso iremos horar com o que prometemos. Saímos em defesa do servidor público, pedimos respeito com o ser humano, das pessoas que trabalham na limpeza até os mais graduados.”

A sindicalista afirmou ainda que “alguns vereadores estiveram presentes junto ao depoimento de alguns funcionários e ficaram revoltados com a tristeza de cada um, os que não compareceram nos enviaram mensagens. Então, caros vereadores, fiquem à vontade para decidir o seu voto. Todos nós entendemos que uma CPI é apenas para que seja averiguado os fatos e não para que seja afastado o senhor secretário. Hoje eu só tenho que agradecer a função que estou, principalmente por ajudar os menos favorecidos”.

Após a abertura de pergunta por parte dos edis, a situação foi ficando cada vez mais tensa, isso porque de um lado a ala governista tentava a todo custo impedir que o projeto de abertura da CPI fosse votado. Já a ala oposicionista queria porque queria que a Comissão Parlamentar fosse instalada na Casa de leis.

Um dos principais críticos da administração Mársico/Coelho da Rocha, o vereador Rodrigo de Pietro, asseverou que “Eu acho que a posição do sindicato está correta neste sentido, e como eu já falei em outra oportunidade, nós vamos dar a oportunidade para o secretario vir aqui se explicar, porque são vários pontos que ele tem que tratar, e a CPI não é nada de uma coisa que irá causar o mal ao secretário, ele irá ter a oportunidade de se explicar e do outro lado, o funcionário ou as acusações das denúncias que temos no bojo da CPI dele, também apresentar a prova. A gente tem que abrir a CPI e tratar ela com calma”.

Já o também oposicionista Dr. Denis Machado comentou que “o secretário continua convocado, até o momento, então na verdade essa casa de leis está dando uma chance para ele vir até aqui e explicar todos esses fatos, porque ele está convocado até hoje, mas ele não compareceu”.

O vereador Bombeiro Luciano Azevedo, líder do prefeito na Câmara comentou que “vocês estão aí cobrando o secretário para estar aqui nesta casa de Leis, mas o requerimento não era pra CPI destas denúncias dos servidores. Sou servidor. Respeito muito o servidor. Sou servidor de carreia ha 25 anos e o que eu quero deixar claro, é que o requerimento que chegou para o secretário em 7 de dezembro era um requerimento sobre gastos com a Covid-19. Então, penso eu, que não seria justo nós tratarmos de um requerimento que ele foi solicitado para vir dar a explicações sobre gastos com Covid-19, a explicações das denúncias feita pelos servidores. Eu mesmo não tive nenhuma denúncia pessoal que alguém me procuro. E olha que eu sou uma pessoa bem ativa nas redes sociais.”

Ainda durante a discussão entre os pares, a presidente do Sindicato, Maria Angélica, precisou se ausentar da sessão, pois não estava se sentindo bem. 

O “quebra pau” seguiu até por volta das 21h 45. Restando pouco mais de quinze minutos para o fim dos trabalhos legislativos, o presidente da Câmara Municipal, vereador Tenente Lourençano jogou todas as suas fichas contra o prefeito Vanderlei José Mársico, falando poucas e boas sobre a administração municipal.

Como a reunião da Câmara tem até as 22h para se encerrar, não foi possível colocar em votação nenhum projeto, requerimento ou indicação dos vereadores. Muito menos a utilização do tema livre pelos parlamentares. O presidente Lourençano comunicou que uma sessão extraordinária seria convocada, mas todos os assuntos que não foram debatidos na segunda-feira (14) deverão ser colocados em apreciação na próxima sessão da Câmara Municipal que acontece na segunda-feira (21).