Artigo: Você já ouviu falar em Dezembro Laranja?
Por: Drª Renata Bertino*
A campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para alertar aos riscos que a exposição solar desprotegida oferece à saúde. Isso porque o câncer de pele é o mais comum no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e corresponde a 30% de todos os tumores malignos, sendo uma ocorrência maior do que quaisquer outros, como o câncer de próstata, mama, cólon, reto, pulmão ou estômago. O alerta é importante, inclusive, pois caso seja detectado precocemente, apresenta altos percentuais de cura. A pele é o maior órgão do nosso corpo e muitos hábitos relacionados à exposição solar em excesso e de forma desprotegida nos colocam em risco. Eles podem provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento do câncer de pele. Pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos, quem se expôs muito ao sol e quem tem histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença.
Adotar medidas simples de proteção como o uso de protetor solar, todos os dias, inclusive quando tiver nublado, com fator acima de 30, assim como fazer uso de alguma proteção física, como chapéu, boné e até roupas que cubram boa parte do corpo, são fundamentais na prevenção do câncer de pele. Já pessoas de pele extremamente clara, com histórico de câncer de pele ou em tratamento estético, devem usar fator de proteção solar de 50 para cima. Idealmente, também é recomendado não se expor ao sol entre 10h e 16h. Lembrando que nenhum desses hábitos exclui a importância do acompanhamento anual e periódico com um dermatologista.
Uma dica importantíssima e grande foco das últimas campanhas, é o alerta sobre começar a prevenção na infância, já que o hábito de se expor ao sol em excesso é muito comum já desde essa fase. “Isso é algo que, a longo prazo, aumenta consideravelmente os riscos de desenvolvimento do câncer de pele. Além disso, as crianças que são ensinadas a utilizarem o protetor solar diariamente e que entendem a importância de se proteger do sol em horários de risco, entre 10h e 16h, tendem a se tornarem adultos mais cuidadosos. Nosso foco é que, com esses bons hábitos na infância, haja projeção para as futuras gerações, reduzindo a ocorrência do câncer de pele”, comenta a Drª Renata Bertino, Dermatologista e Docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica).
Vale ainda um alerta sobre o bronzeamento artificial. Ele também oferece alto risco de desenvolvimento de câncer de pele, mais do que a exposição aos raios solares, inclusive! E desde 2009, quando foram consideradas cancerígenas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as câmaras de bronzeamento foram proibidas no Brasil, único país a ter essa iniciativa e por isso referência no combate ao câncer de pele.
Drª Renata Bertino é Dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), possui Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Associação Médica Brasileira (AMB) e é Docente de Dermatologia do curso de Medicina do IDOMED (Instituto de Educação Médica).
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.