22 de novembro de 2024
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Artigo: O perigo da automedicação

Por: Arthur Micheloni*

A automedicação é definida como o ato de tomar medicamentos sem uma receita ou aval de um especialista. Nessa situação, os indivíduos optam por uso de remédios por conta própria buscando o alívio imediato de alguns sintomas, podendo trazer consequências mais graves do que se imagina. O uso incorreto pode esconder determinados sintomas. Se o medicamento for antibiótico, devemos ficar ainda mais atentos. O uso abusivo destes produtos pode aumentar a resistência de microorganismos, o que leva ao comprometimento da eficácia do medicamento.

Mundialmente falando, 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta. E cerca de um terço da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais.

Entenda:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existe o uso racional de medicamentos (URM) quando “os pacientes recebem medicamentos apropriados às suas necessidades clínicas, em doses e períodos adequados às particularidades individuais, com baixo custo para eles e sua comunidade”.

De acordo com a OMS, a definição para URM seria:

  • Uso abusivo de medicamentos (polimedicação);
  • Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, frequentemente em doses incorretas ou para infecções -não-bacterianas;
  • Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farmacêuticas orais;
  • Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas;
  • Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer prescrição médica.

Em março de 2007, o ministério da saúde criou o Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM), tendo como objetivo propor estratégias e mecanismos de articulação, de monitoramento e de avaliação de ações destinadas à promoção do URM. Para garantir as implementações das ações, foi criado o Plano de Ação, composto por vertentes em quatro áreas: regulação, educação, informação e pesquisa.

Mas, qual o problema e quais riscos tem a automedicação?

-Intoxicação;

Ocorre quando há uma superdosagem de remédios, causando uma exposição às substâncias químicas nocivas ao organismo. Pode levar a óbito.

-Dependência:

O uso excessivo de remédios sem prescrição médica pode gerar vício e gerar uma dependência desnecessária.

-Alergias:

Ocorrem quando o sistema imunológico reage anormalmente a uma substância externa.

-Interação medicamentosa:

Quando um medicamento entra em contato com outro medicamento, alimentos, álcool e cigarros. Elas podem potencializar ou diminuir o efeito de um outro remédio a ser tomado.

-Resistência de micro-organismos:

Quando ingerimos muitos remédios sem necessidade, os micro-organismos lutam para combater substancias estranhas, assim criando uma resistências contra tais, podendo por exemplo, diminuir a ação e eficácia de um antibiótico.

Enfim, ao final do texto fica fácil compreender os males que a automedicação pode trazer. Por isso, se estiver sentindo alguma dor ou sintoma desconhecido, procure um profissional da área da saúde antes de realizar uma automedição.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Ortopedia e Traumatologia e pós-graduando em Fitoterapia, discente e adepto da Medicina Integrativa – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.