22 de novembro de 2024
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Maduros: uma geração mais ativa e mais longeva

Por Vinicius Faria* e Julia De Stéfani**

Acordar cedo, se exercitar em casa por meio de uma videoaula, checar as redes sociais, acessar o WhatsApp, pagar contas no aplicativo do banco, encontrar os amigos on-line. Atividades que passaram a fazer ainda mais parte do dia a dia da população desde o início da pandemia. Engana-se quem acha que somente os mais jovens seguem essa rotina. Estudos recentes mostram o público maduro aberto às inovações trazidas pelos novos tempos. 

Com o avanço da medicina e um envelhecimento cada vez mais ativo e saudável, a terceira idade começa a dar espaço para uma nova geração: a Geração dos Maduros, que vive com qualidade, mantendo a produtividade, cultivando hábitos saudáveis, e que está tão conectada quanto os jovens. Quando olhamos para Ribeirão Preto, vemos o crescimento de 4,8 vezes da população com 60 anos nos últimos 40 anos. Entre 1980 e 2020 pulou de 22.930 para 110.130 pessoas, segundo a Fundação Seade. O dado reflete o potencial da cidade em relação a essa parcela da população, que cresce em ritmo acelerado. 

E o perfil do público maduro mudou bastante. Buscam viver com qualidade, cuidam mais de si, namoram, viajam, investem e até fazem cursos, movimentando uma “economia prateada”, que reúne não apenas os gastos de saúde, mas uma variedade de serviços e produtos em prol do bem-estar e da melhoria da qualidade de vida. O termo “economia prateada” nasceu no Japão, país com expressivo número de pessoas com 60 anos ou mais, e se espalhou pela Europa. Atualmente, a ‘silver economy’ também ganha a atenção de países como os Estados Unidos e o Brasil.  

Além disso, os maduros estão mais conectados e isso traz inúmeros benefícios, como independência e autonomia, maior conexão com familiares e amigos, sentimento de pertencimento e estímulo da atividade cerebral. A internet tem um poder capaz de reduzir sintomas de solidão, depressão e ansiedade, e os maduros estão sabendo tirar proveito disso.

Por isso, a tecnologia deve ser a ponte entre maturidade e soluções que proporcionam apoio especializado em longevidade, tanto na área da saúde como também nas áreas de lazer, entretenimento, transporte e desenvolvimento pessoal, entre outras possibilidades. Assim nasceu a Bem te quero 60+, uma plataforma inédita que associa tecnologia, cuidado com a saúde e bem-estar a favor da maturidade. A plataforma funciona como um elo de confiança entre a comunidade e os profissionais de diferentes áreas, que foram escolhidos por nossa curadoria, e que estão prontos para atuar diante dos desafios que o envelhecimento proporciona, contribuindo para a longevidade com qualidade. 

A vida é movimento, e ela pode sim começar aos 50, aos 60 anos, aos 70… 

 *Vinicius Faria é psicogeriatra.

**Julia De Stéfani é oncologista clínica.