Artigo: Realidade
Por: Dr. Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*
O ato de escrever artigos, poesias e crônicas consiste em uma atividade intelectual e é de suma importância em um Regime Democrático e em um Estado de Direito. Obviamente, que é deveras importante e fundamental, que encontremos espaços na mídia escrita, para aportar nossa produção. Escritos que jazem em gavetas contribuem com nada, pois não existem aos olhos do mundo humano. A pluralidade de opiniões e o respeito a opinião alheia são esteios do Estado Democrático. Apesar do ato de escrever ser livre e, geralmente, de lavra individual, nem sempre o escritor, que tem seus temas prediletos, consegue dar vida aos mesmos. Isso acontece porque, muitas vezes, a realidade presente e seus acontecimentos acabam se impondo.
É o que acontece, nos dias atuais, em nosso país. Pois, quando entendemos que a última presepada política do Governo Federal é a derradeira, as circunstâncias e novos fatos, da sórdida política praticada em nosso país, impigem-nos calhordas pantomímicas. Se no começo da trágica pandemia a “corja de canalhas” foi superfaturar a aquisição de respiradores, agora, temos a cobrança de propina para a aquisição de vacinas. Enquanto isto, no chão brasileiro, onde o povaréu brasileiro mora e vive como der, as vítimas fatais, os famosos óbitos passam dos quinhentos mil, e o sofrimento de tantos familiares, consiste na terrível e intensa tristeza e dor emocional relacionadas as perdas dos familiares queridos.
Contudo, os torpes e desprezíveis corruptos, geralmente envolvem políticos, não se ocupam da trágica e desgraçada vivencia do povaréu brasileiro. Para os “nobres” corruptos, sejam políticos, empresários e ou funcionários públicos, esta realidade que o povaréu vivencia não lhes diz respeito, pois vivem, bem confortavelmente, longe do chão brasileiro. E, temos também, a pressa, pressão e a tentativa de acobertamento, pelo mandatário mor, para a aquisição de vacinas indianas, em razão de sua abominável e anacrônica ideologia política, pois não eram vacinas de origem chinesa e nem americana – esta ignóbil ideologia resultou em mais de quinhentas mil mortes pelo coronavírus!
Felizmente vivemos em um regime democrático. Isto significa que com os nossos votos, em eleições municipais, estaduais e federais, podemos mudar o rumo, ou até extirpar, a postura política dos mandatários municipais, estaduais e federais que simplesmente, depois de eleitos, não estão nem aí com as mazelas do povaréu. Estamos necessitando de uma eleição, na qual, todos nós eleitores, ao utilizar um robusto rastelo eleitoral, podemos limpar geral. Uma singela vassoura, como propôs Jânio Quadros, não mais seria capaz de êxito. Sempre contamos com os irmãos do norte e do nordeste, para que passem o rodo nos eternos eleitos coronéis e neo-coronéis, para colocar um fim na quase eterna bandalheira. Se bem que, para que este, histórico momento, um dia aconteça será necessário vassoura, rastelo e rodo eleitoral!
Entretanto, sabemos que é possível que através de nossos votos, podemos e devemos ajudar o nosso país, a se livrar da rançosa crosta hipócrita e ideologicamente anacrônica, putrefata e fétida do bolsonarismo. É o que temos para hoje, na ordem do dia! Essa arrogante afronta nacional, tem como representante o mandatário mor que incorpora e simboliza esta execrável e nefasta visão política, reforçada por uma postura belicosa e fomentadora do ódio e da intolerância. É o único mandatário mor que ameaça que se não tiver eleição “assim e assado”, não haverá eleição”. Único, na história brasileira, que ameaça, em suas presunçosas falações, de limitadas ideias e palavras, a população acerca de possíveis ações (falaciosas): “porque estão esticando a corda” (quem?) ou porque imagina ameaças e perigos, de diversas matizes, que o cercam e querem isto e aquilo contra ele. Ideias persecutórias fazem parte do seu dia a dia desde os tempos de caserna. E que a realidade real, geralmente deslinda, com clareza, as prodigiosas paranoias que fazem parte de sua perturbada personalidade.
Outra insanidade é quando o próprio mandatário mor se arvora em dizer que “o seu Exército” … O que vem a ser pior, quando assim fala, acontece a coisificação do Exército, processo que coloca o Exército como um objeto que pode ser manipulado a seu bel prazer. Assim, claro que podemos, eleitoralmente, contribuir concretamente para que o nosso amado país continental posso retomar a sua vocação pacífica e integrado com o resto do mundo todo, e continuar sendo a nossa feliz morada como país tropical, (abençoado por Deus e bonito por natureza) um país ligado a todas expressões artísticas e a todos os gêneros e raças de “brasileiros e de brasileiras” – um país nosso e para nós.
*Luiz Roberto Vasconcellos Boselli é docente da Unesp/Marília – [email protected]
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