Deputados cobram medidas emergenciais de governador e secretários por mortes e falta de leitos Covid na macrorregião
Rafael Silva e Ricardo Silva solicitam liberação imediata do governo para contratação de profissionais para o HC e pagamento de leitos particulares para pacientes do SUS.
O deputado estadual Rafael Silva e o deputado federal Ricardo Silva, por meio de documento oficial, na sexta-feira, 4 de junho, reivindicaram medidas emergenciais do governador João Doria, do vice-governador Rodrigo Garcia e dos secretários de Saúde e da Fazenda do Estado de São Paulo para evitar mais mortes por falta de leitos de UTI para Covid-19 em Ribeirão Preto e na macrorregião. Uma das formas de melhorar esse cenário, eles citam, é a autorização para que o Hospital das Clínicas possa contratar 237 profissionais, com a manutenção e ampliação de vagas, e o pagamento de leitos em hospitais particulares para pacientes do SUS.
De acordo com dados sobre o mês de maio, a cada cinco minutos uma pessoa é contaminada pela Covid-19 em Ribeirão. São 283 casos por dia, em média. Ou 8.788 vítimas no último mês, conforme indicadores da prefeitura. Números que podem ser maiores ainda: há 2.363 moradores que aguardam o resultado do exame.
A situação é tão caótica que a Justiça de Ribeirão chegou a determinar que pacientes em estado grave, na fila para internação, sejam transferidos imediatamente para UTIs até mesmo de outras regiões do Estado ou, ainda, para hospitais privados.
Segundo apuração dos deputados, a prefeitura de Ribeirão não comprou um teste rápido sequer ou um respirador, desde o início da pandemia. “Isso também atrapalha e muito. Os testes poderiam ter sido usados para verificar quem está infectado e conter o aumento de casos. Mas a prefeitura escolheu desviar R$ 28 milhões para o IPM, como mostrou a imprensa, e agora mais R$ 17 milhões para as empresas do transporte coletivo, que serviram como transmissoras do vírus, com poucos ônibus e pessoas sofrendo, amontoadas, em veículos lotados. Um absurdo o prefeito gastar R$ 45 milhões do dinheiro do povo e não ajudar quem está para perder a vida”, ressaltam Rafael e Ricardo.
Eles lembram, ainda, que agora a administração pública está tendo que escolher quem vai para uma vaga em UTI, conforme entrevista do secretário de Saúde de Ribeirão, Dr. Sandro Scarpelini, em 18 de maio: “(…)Chega o momento que a gente tem que escolher. Os critérios são médicos, isso tudo está na ciência, está nos livros como se faz a decisão de catástrofe, que é a nossa situação. Nem sempre a gente consegue contemplar a todos”.
O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com profissionais trabalhando acima de todos os limites, tem lutado para manutenção de 78 leitos em suas duas unidades, campus e UE. Mas, pela exaustão de muitos, com o extremo esgotamento físico e mental, pelo excesso do número de plantões, o HC pode ser obrigado a fechar dez leitos de UTI, se não houver reposição de pessoal. Rafael Silva e Ricardo Silva citam o processo público 9000-2021/00015, que está na Secretaria Estadual da Fazenda, aguardando autorização para contratação de 237 profissionais, entre médicos e enfermeiros, técnicos e auxiliares.
“Essa contratação tem que ser autorizada já, para agora. E estamos solicitando, também, que o governo do Estado permita e custeie a abertura de novos leitos em cidades da macrorregião, como forma de garantir o atendimento em UTI, e que compre leitos em hospitais particulares, para atender pacientes do SUS, que não têm condições de pagar por uma vaga na rede particular. Tudo isso tem que ser imediatamente, para evitar que mais de cem, duzentas pessoas, todos os dias, fiquem em unidades de pronto-atendimento, em Ribeirão, na macrorregião, esperando, sofrendo, agonizando por um leito”, ressaltam Rafael e Ricardo Silva.