Poder Executivo e Santa Casa falam sobre a taxa de mortalidade da Covid-19 em Taquaritinga (SP)
Durante o programa do Prefeito Municipal de Taquaritinga, transmitido no último sábado (17), em uma emissora FM local, uma ouvinte levantou a questão sobre a mortalidade da Covid-19 na cidade.
“Ontem nós estávamos discutindo sobre isso. Primeiro, são duas coisas que tem que ser divididas nesse sentido: a Prefeitura Municipal é responsável por atenção básica e Unidade de Pronto Atendimento, ela é responsável por acolher esse paciente que tem o sintoma e uma vez que ele foi acolhido e percebido um agravamento, repassamos esse paciente para a Santa Casa, então, ele é internado na Santa Casa, que é quem vai cuidar dele. Acho que essa pergunta deveria ser dirigida à Diretoria da Santa Casa e não à Prefeitura Municipal, que não tem nem conhecimento técnico para debater sobre esse assunto”, afirmou o vice-prefeito Luiz Fernando Coelho da Rocha.
Ele complementou dizendo que “quando o paciente vai para a Santa Casa, já sai da alçada do Prefeito e da Secretaria de Saúde, o que ocorre, quando o paciente foi internado na UTI, qual era a idade desse paciente, que comorbidades tinha? Isso interfere muito nas estatísticas em geral, porque vamos dizer aqui que internamos mais pessoas com comorbidades, vai ter mais chances de falecer na Unidade de Terapia Intensiva, do que as pessoas das outras cidades que não tinham comorbidades, isso é muito difícil ir a fundo”.
Outro ponto levantado por Luiz Fernando durante sua fala sobre o assunto é que “tem município que testa um monte de pessoas e talvez muitas tenham testado positivo para a Covid-19 e foram assintomáticas, então, essa cidade terá um número muito maior de pessoas testadas e a letalidades seja a mesma”.
O Prefeito Vanderlei Mársico também comentou o tema e disse que “quanto mais contaminados, mais cai o número de letalidade. Eu não quero ter um número maior de contaminados para abaixar esse número de letalidade. Essa é a grande verdade”.
Com base nestas afirmações o jornalista Gabriel Bagliotti procurou a Santa Casa de Taquaritinga para questionar o presidente da instituição a respeito da taxa de mortalidade para Covid-19. De pronto Waldemar Peria atendeu ao jornalista e respondeu algumas perguntas.
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“Nós temos uma população de 57 mil habitantes e até ontem tínhamos 117 óbitos. Claro que nós não queríamos ter nenhum, mas estamos dentro da Média Estadual, que é 3,2%. A nossa média estadual é a maior, mas quem deve responder é a secretaria de Saúde Estadual. Nós imaginamos porque o estado de São Paulo tem uma densidade demográfica maior do que o Estado de Minas, que é a segunda população do Brasil, então nós temos aqui, 166 pessoas por km quadrado enquanto lá tem menos”, explicou Waldemar Pereira.
Waldemar acrescentou que “dentro do plano de saúde Santa Casa existe um acompanhamento do paciente contaminado com o coronavírus. Há um quadro de enfermeiros que quando o paciente testa positivo faz esse acompanhamento. Tivemos semana que não teve nenhuma internação do plano. No mês de abril, tivemos 111 monitorados, pacientes confirmados 84, descartados 27, ou seja, nossos profissionais de saúde ligam para os pacientes e caso não estejam bem, eles vêm para a Santa Casa em atendimento. Voltaram para cá 39 pacientes, 9 apenas foram internados, porque nosso corpo técnico atendeu essas pessoas com sintomas mais graves e 30 voltaram para a casa. Infelizmente um foi a óbito”.
“Não adianta mandar o paciente para a Santa Casa quando ele já está em um estado profundo, temos que ficar atentos a isso”, afirmou o Presidente do hospital.
Sobre a fala das autoridades, Peria disse que a Santa Casa procura trabalhar em harmonia junto ao Poder Executivo e a Secretaria da Saúde do município, sempre com o objetivo de cuidar do paciente.
Ele explicou que “em Taquaritinga temos o gripário e a UPA, que são0 muito bem administrados, e as pessoas com sintomas vão para o gripário, mas se demorar para constatar que o paciente teve uma piora, não adianta mandá-lo para o hospital, precisamos que acompanhe o paciente a cada dois dias e envie para a Santa Casa quando ainda esteja em condições. Qual o percentual de agravamento? Qual o comprometimento pulmonar que esse paciente está quando ele é encaminhado para o hospital? Se ele estiver no início, diminuiremos os óbitos e as intubações. Então, é necessário fazer esse trabalho”.
Waldemar concluiu dizendo que “devemos cuidar e acolher pessoas, não podemos deixar a política interferir na saúde. Nosso protocolo de atendimento é excelente e exemplar. A nossa recompensa é que o paciente saia daqui salvo”.