Com crianças e adolescentes cada vez mais conectados, especialista cita como conscientizá-los sobre os perigos da Internet
Diálogo aberto e informativo é o melhor caminho para o uso seguro e responsável, segundo o professor da Estácio. Perigo também para os adultos, em 2020, 2.2 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes na Internet.
Em um momento em que as experiências on-line vêm se tornando cada vez mais intensas, o debate sobre o uso seguro e responsável da Internet se torna muito necessário para a conscientização dos perigos existentes nesse ambiente virtual. Por conta disso, a Rede Insafe na Europa junto a mais de 140 países, incluindo o Brasil, celebram em fevereiro o mês da Internet Segura.
Em uma época em que crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados por tablets e celulares, o professor do curso de Sistemas de Informação da Estácio, Thiago Ribeiro Carvalho, ressalta que este público é extremamente vulnerável a conteúdos inapropriados ou, ainda, reféns de cibercriminosos quando não acompanhados de perto pelos pais ou responsáveis.
Os riscos são diversos, desde um golpe de cartão de crédito, onde a criança ou adolescente fornece dados para uma pessoa mal intencionada, e até mesmo assédio e sequestro por pedófilos que se disfarçam e conversam como amigos levando-os a acreditar que quem está do outro lado não oferece perigo, e assim acabam por marcar encontros às escuras com crianças e adolescentes, os chamados “grooming”.
Ciberbullying, assédio, violência sexual e redes de pedofilia, jogos e desafios que induzem à autoagressão e ao suicídio também estão entre os perigos da era digital, um risco real e que afeta as vidas de milhares de crianças e adolescentes todos os dias, segundo Thiago.
A melhor forma dos responsáveis controlarem o acesso de seus filhos a sites que oferecem risco é ter um diálogo aberto e informativo, alertando sobre os perigos e os cuidados que eles devem ter ao acessar a rede. Uma boa conversa sempre será a melhor forma de prevenir os riscos que existem na Internet, e com essas atitudes ocorrerá a evolução da Cultura da Cibersegurança a ser difundida para que se tenha uma navegação segura nas redes.
Além disso, os pais podem e devem utilizar recursos tecnológicos disponíveis para o controle e monitoramento de acesso e histórico de navegação de seus filhos. O professor da Estácio cita como exemplo um aplicativo disponibilizado pelo Google para iOS e Android chamado “Google Family Link”, disponível gratuitamente, que pode rastrear a localização, ocultar aplicativos, bloquear o dispositivo e limitar o tempo de uso e relatórios sobre as ações do filho no celular.
Outras dicas são instalar o computador em um local no qual seja possível verificar e monitorar suas atividades, na sala de casa por exemplo; ter acesso a todas as senhas de seu filho; e verificar regularmente o histórico do computador.
Thiago explica que os pais e responsáveis devem tratar a Internet como qualquer outro ambiente onde há riscos e que por isso precisa ser monitorado. Com isso, definir limite de tempo de acesso e orientar as crianças e adolescentes sobre os perigos também pode ser um bom caminho para a conscientização.
Ao encontrar algo suspeito em históricos ou buscas, oriente seu filho e fale claramente sobre os perigos a que ele está exposto. Oriente-os a não abrir e-mails de remetentes desconhecidos, alerte-o ao cuidado sobre informações que ele está disponibilizando na rede, como endereço, telefone, data de nascimento ou onde estuda, e a tomar cuidado com o envio de fotos e vídeos. Eles devem ter conhecimento de que esses conteúdos podem ser encaminhados e vistos por qualquer pessoa e se espalhar rapidamente pela Internet. Os pais precisam ajudar seus filhos a considerarem com quem estão conversando e a não compartilharem nas mídias sociais informações sensíveis.
Ciladas para adultos
E não são somente as crianças que estão sujeitas aos perigos da Internet. O ambiente virtual já se tornou conhecido também pelas ciladas para adultos. Segundo o professor da Estácio, em 2020, 2.2 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes na internet, e entre os mais comuns estão cartão de crédito ou débito clonado, compra de um produto ou serviço diferente das informações especificadas pelo vendedor, não recebimento de produto comprado; transações financeiras em conta bancária sem autorização, pagamento de serviço não realizado, entre outros.
Thiago sugere para prevenção desses golpes a utilização de aplicativos ou softwares originais e licenciados, manter o antivírus atualizado, e evitar acesso a sites desconhecidos ou de caráter duvidoso. Além disso, o professor da Estácio aconselha a utilização de cartão virtual e de preferência mantendo-o bloqueado, desbloqueando somente na hora de efetuar uma comprar, e bloqueando novamente assim que a transação da comprar for aprovada.
Não devemos clicar em links recebidos por e-mail, rede social ou apps de mensagens. Devemos desconfiar de ofertas, comunicados de premiação, descontos ou cupons. Nunca utilizar senhas fáceis como sua data de nascimento, por exemplo. Evite acessar contas pessoais de máquinas e rede de wi-fi públicas, diz o especialista.
Na hora das compras on-line, Thiago indica ainda sempre verificar o endereço eletrônico do site, pois criminosos podem cloná-lo e disponibilizá-lo na rede como o verdadeiro.
Devemos atentar sempre ao https do site, onde o “s” significa que o site é seguro e tem um certificado de segurança e de autenticidade válidos. Antes de decidir efetuar o pagamento ou cadastro no site, verifique os canais de comunicação da loja e seus respectivos dados. Os canais de vendas virtuais são obrigados a fornecer dados como razão social, endereço, telefone e CNPJ. Além disso, uma pesquisa no Google ou em sites como o Reclame Aqui já é uma ótima ação nas etapas necessárias para uma compra comprar on-line com segurança.