Cidade lamenta a morte do empresário Cidinho da Casa Nadir
Na madrugada da última sexta-feira (22), o empresário taquaritinguense Arivaldo Aparecido Rodrigues, mais conhecido como “Cidinho da Casa Nadir”, faleceu em decorrência da Covid-19. Ele estava internado, desde o dia 4 de janeiro, na Santa Casa de Taquaritinga para o tratamento da doença causada pelo coronavírus, mas infelizmente não resistiu às complicações.
Cidinho tinha 55 anos e deixou a esposa Rosana Rodrigues e os filhos Camila, Isabela e Leonardo. Seu sepultamento aconteceu na sexta-feira, às 13 horas e não houve velório.
Em dezembro o jornalista Nilton Morselli escreveu um relato em homenagem a ele. Segue abaixo o texto, intitulado “Vale a pena ter coragem”.
Vale a pena ter coragem:
Há 20 anos, Arivaldo Aparecido Rodrigues, o Cidinho, deixou a estabilidade do serviço público para ingressar no comércio
“No ano 2000, o Milton Nadir [empresário e ex-prefeito] colocou sua loja à venda e a ofereceu para o Adail Regatieri [engenheiro]. Milton ia ser candidato a prefeito, e não dispunha mais de tempo para tocar o negócio, iniciado pelos pais dele nos anos 1940. O Adail disse que só compraria se eu entrasse como sócio. Aceitei e depois acabei adquirindo a parte dele também.
Valeu a pena ter deixado um emprego de 19 anos e estabilidade no Banco do Brasil. Não que eu não fosse feliz como bancário. Eu era, mas queria enfrentar novos desafios. O importante é ser feliz no que faz, tanto que escolhi como slogan da Casa Nadir a frase ‘Prazer em te ver sorrir’. A frase é verdadeira, porque as pessoas gostam de ser bem atendidas.
As pessoas que desejam empreender, iniciar um negócio, devem conhecer bem o segmento e buscar apoio do Sebrae. Nesses 20 anos à frente da loja, fui reaprendendo as regras do comércio. Foi mais fácil porque a Casa Nadir tinha 57 anos e um nome consolidado no mercado.
A Casa Nadir era essencialmente uma loja popular. Ela não deixou de ser popular, mas agora atende todas as faixas etárias e econômicas. Também introduzi novidades, como o setor de calçados.
Em abril de 2021, a loja vai completar 77 anos. A expansão também foi uma decisão acertada. É muito gostoso manter uma relação estreita com o cliente, chamar cada um pelo nome.
A criatividade é essencial. Em 29 de junho de 2001, lancei a promoção Dobradinha Imbatível, para ocupar aquele vácuo que existe entre o Dia dos Namorados [12 de junho] e o Dia dos Pais [segundo domingo de agosto]. Essa promoção existe até hoje. Toda sexta-feira, duas peças são colocadas em oferta. A dobradinha deu tão certo que ela foi mantida e estendida para o sábado. O recorde de peças vendidas foi 1.350 calcinhas de coton e lycra. Em volume, o recorde foi 450 edredons em dois dias. Até fiz um cálculo: se eles fossem empilhados, daria a altura de um prédio de 22 andares.
O que não pode faltar é disposição. Trabalho desde os 11 anos. Comecei vendendo garrafas vazias para o Supermercado Tafuri, do seu Cármine Tafuri, onde hoje é o Alozinho Calçados. Depois fui trabalhar no Estabelecimento Marino, do seu Anselmo Marino, também na Prudente de Morais. Detalhe: a neta dele, a Margareth, faz parte da nossa equipe.
Aos 12 anos, fui convidado pelo seu Orlando Guimarães para cuidar da Papelaria Guimarães, junto com seu Eustáquio Pozzetti. Ele ficava de manhã e eu à tarde. Era no prédio ocupado atualmente pelo Dollar Brasil. Depois, permaneci por dois anos na Drogalar, do seu Osmar Girotto, de onde saí aos 15 anos para ingressar como menor aprendiz no Banco do Brasil.
Fiz questão de citar o nome de todos como forma de agradecimento pela oportunidade que me deram. Nunca precisei pedir emprego – sempre fui convidado. Como tenho raízes no comércio, não me arrependi de ter deixado o banco e voltado para onde comecei minha vida profissional.”