Artigo: 2021 – o verão da ansiedade nacional
Dr: Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*
O verão chegou junto com as salvadoras vacinas contra o coronavírus (COVID/19). Mas, contudo, e todavia o mundo começou a vacinar suas populações em dezembro/2020! E nós? No nosso querido Brasil? Ficamos para trás! Graças a descabida competição entre Governo Central e o nosso Governo Estadual, ou seja, o ego exacerbado, e apenas de interesse pessoal/político de políticos que transformam os projetos públicos, os mais relevantes, em projetos pessoais.
Este movimento abarca dois propósitos, egoicamente alimentados, que visa uma possível reeleição e ser visto como herói. Obviamente que a morosa e morosamente ação e reação do Governo Central, contribuiu e muito para este atraso ou foi apenas – descaso?omissão?inoperância?incompetência?Afinal, apenas apresentou um plano de vacinação – depois que a Justiça determinou! Assim, se de um lado encontramos um oponente com um projeto, estritamente político/pessoal/egoísta/egocêntrico/narcisista – na integra o tripé pós-moderno, visando galgar cargos públicos mais elevados – e é assim mesmo, sem escrúpulos e ética moral!
Do outro lado político, temos o oponente que evocoujurássicos/arcaicos e paranoicos ares da “Guerra Fria” e do “Macarthismo”, e se apegando a um retrógado ideologismo anticomunista entrou nesta absurda contenda com o nosso Governo Estadual.
Vejamos, em dois exemplos históricos, em que base se apoiam este debilóide anticomunismo. O maisantigo: O movimento paranoico/religioso que ficou conhecido como “caça as bruxas”. Movimento que teve início no século XV e perdurou até o século XVIII. Este movimento assassinou, sabe-se lá,quantas mulheres, acusadas de heresia e/ou bruxaria,e que foram queimadas em fogueiras, localizadas nos centrais espaços comunitários, constituindo um tétrico espetáculo público. O segundo exemplo, muito a gosto do nosso mandatário mor, ou seja, a sua postura política de sujeição aos ditames ideológicos da política internacional e nacional do “Tio Sam”. O Macarthismo, movimento paranoico/político, sendo o senador republicano Joseph McCarthy, autor de projetos de lei anticomunistas e orador enfurecido no Congresso.
O medo do Comunismo e da espionagem soviética e chinesa levou milhares de americanos a serem acusados de comunistas ou simpatizantes entre os anos de 1940 até o fim dos anos 1950. Entre as ações, a mais marcante foi a evidente parcialidade nas investigações, as quais atingiam o próprio governo republicano e o exército, o que chocou a opinião pública americana, o que levou, como consequência, ao término do paranoico macarthismo.
A principal característica do Macarthismo eram as acusações infundadas sob o pretexto de espionagem e subversividade. Este período ficou marcado pela manipulação midiática anticomunista, pela prática indiscriminada de interrogatórios produzidos por delatores pagos para indicar os comunistas, bem como pela intimidação para obtenção de confissões e mais delações e a criação das famigeradas “listas negras”, que marcavam os perseguidos como traidores. Ora, qualquer um envolvido nos movimentos sindicais ou que manifestasse qualquer simpatia socialista era incluído na lista e dificilmente conseguiria emprego regular novamente. E o nosso mandatário mor, como não tem postura de estadista, e não governa, se apega a estes decrépitos bordões e vocifera por todos os cantos do nosso querido país continental.
Entretanto, outra questão que envolve a futura vacinação é quanto a sua obrigatoriedade. Aos que não lembram a história – Oswaldo Cruz que o diga – quanto a “revolta da vacina” ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. O motim popular mostrava a indignação acerca da Lei que determinava a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Porém, estamos em outros tempos e contexto histórico outro e neste contemporâneo momento, o povaréu brasileiro e eu estamos ansiosos para receber as nossas duas picadas! Os não jurássicos tomarão, as duas doses da vacina, uma no braço direito e outra no braço esquerdo. Os jurássicos tomarão as duas doses apenas no braço direito. A primeira pandemia ninguém esquece!
*Luiz Roberto Vasconcellos Boselli é docente da Unesp/Marília – [email protected]
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