22 de novembro de 2024
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Artigo: As eleições de 2020 e os reflexos para 2022

Por: Luís Bassoli*

√ Os resultados das eleições municipais somente deixam mais nebuloso o cenário para 2022.

  • Os cientistas políticos e demais analistas terão dificuldade em traçar um prognóstico.
  • Pela primeira vez, desde 1985, o PT não comandará nenhuma capital.
  • Da mesma forma, o presidente bolsonaro colecionou derrotas, com destaque para São Paulo, onde seu candidato ficou num vexatório quarto lugar; e Rio de Janeiro, sua base eleitoral, onde seu aliado e atual prefeito sofreu uma contundente rejeição.
  • O bolsonarismo já havia sentido o impacto negativo da derrota do presidente Trump, nos EUA, tido como “modelo” do brasileiro. Com as brigas com China, Argentina, Europa – e com o presidente eleito Joe Biden – bolsonaro se isolou internacionalmente.

√ Novas lideranças.

  • Mesmo sendo derrotado, Guilherme Boulos teve um espetacular desempenho na principal metrópole brasileira, se consolidando como uma liderança política nacional, sobretudo no campo progressista. Seu partido começa a deixar de ser visto como um agrupamento de radicais para acumular um patrimônio político-eleitoral e angariar a simpatia – e a confiança – da classe média. O PSol saiu bem maior do que entrou.
  • Outra que pode vir a ter projeção nacional é Manuela D’Ávila, a jovem gaúcha que, apesar de perder a eleição no segundo turno, fez bonito em Porto Alegre.

√ João Dória e Ciro Gomes.

  • O governador de SP passou incólume pela eleição municipal: se, por um lado, não teve participação na vitória de seu correligionário Bruno Covas, por outro, não o prejudicou. Ao romper – e brigar – com bolsonaro, Dória se mantém como opção dos conservadores não-extremistas à presidência em 2022.
  • Ciro Gomes não demonstrou poder de influência Brasil afora, seu prestígio se resumiu à vitória de Sarto Nogueira (PDT), em Fortaleza.

√ Abstenções.

  • Outro dilema para os especialistas é o recorde de pessoas que não foram votar, cerca de 1/3 do eleitorado não compareceu às urnas. Culpa da pandemia ou também da insatisfação com a política?

√ Conclusão.

  • O bolsonarismo e o petismo, aparentemente, foram os principais derrotados nas eleições municipais. Guilherme Boulos e Bruno Covas saíram fortalecidos. As demais forças políticas se fragmentaram. O destino do País segue indefinido para 2022.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião de O Defensor!