21 de novembro de 2024
GeralMomento MulherSaúde

Ansiedade x refluxo e a preocupação com aumento de casos gástricos na pandemia

O Brasil é o país com mais casos de transtorno de ansiedade (9,3%) em todo o mundo e o quinto em casos de depressão (5,8%), de acordo com uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgada neste ano.

Durante o período de pandemia devido ao novo Coronavírus (COVID-19) muitos hábitos mudaram, o que intensifica ainda mais os sintomas de alterações psicológicas.

Além da dificuldade de concentração e alterações no sono, o refluxo é um dos efeitos colaterais relacionados ao transtorno de ansiedade, o que preocupa os especialistas em relação a um aumento de problemas digestivos durante o período. Pacientes que também têm hérnia de hiato apresentam ainda mais sintomas.

De acordo com o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr. Christiano Claus, a ansiedade altera a secreção do suco gástrico do nosso estômago. “O refluxo é uma doença digestiva na qual o ácido do estômago ou a bile voltam pelo esôfago, causando irritação na mucosa do tubo alimentar. A ansiedade altera a secreção do suco gástrico, a regulação de fatores ligados à mucosa do estômago e a percepção dos estímulos sensoriais gástricos”, afirmou Claus.

A hérnia de hiato, uma das principais causas do refluxo e um agravante no caso de ansiedade para esse sintoma, é um defeito (abertura) no músculo do diafragma que faz com que o estômago suba para dentro do tórax.

SINTOMAS

O cirurgião Marcelo Furtado, vice-presidente da SBH, explica: “entre os principais sintomas estão refluxo ácido (azia e queimação). Com a hérnia de hiato, o mecanismo natural que impede que o ácido do estômago chegue até o esôfago deixa de existir. Outros sintomas comuns são sensação de “bolo” na garganta, irritação na garganta e no pulmão, tosse seca e dor no peito”.

Nem todos os pacientes com hérnia de hiato apresentam sintomas. De acordo com o diretor da sociedade e cirurgião, Gustavo Soares, o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. “Vai depender de fatores como o tamanho da hérnia; intensidade dos sintomas; idade e perspectivas do paciente em relação ao tratamento”, assegura.

A recuperação cirúrgica exige repouso e dieta específica.