22 de novembro de 2024
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Por que os brasileiros se comportam tão diferente em relação às finanças pessoais?

Por Carlos Terceiro*

Para responder essa pergunta é importante analisarmos que quando falamos de comportamentos e decisões financeiras, estamos ao mesmo tempo falando de ações baseadas não só na parte racional, mas também no emocional de cada um.

No Brasil, ainda há uma escassez de ensinamentos sobre educação financeira, somado a isso está o baixo salário que grande parte da população brasileira recebe. Em comparação com outros países mais desenvolvidos essa diferença salarial é enorme.

Todas essas questões levam o nosso inconsciente a acreditar em crenças limitantes. Como por exemplo, de que nunca será possível ter sua casa própria ou quitar as dívidas, e em casos mais extremos, até a ideia de que o dinheiro não nos traz felicidade. Esses pensamentos, na grande maioria das vezes, geram aversão a querer saber mais sobre dinheiro e sobre como lidar da melhor maneira com as finanças pessoais.

Para reverter essa situação, enxergo que a melhor solução atualmente para os brasileiros é investir em educação financeira de base, para ser ensinada ainda na infância. Vimos alguns avanços em relação a essa tema quando passou a integrar o currículo escolar como matéria transversal, porém a realidade da educação financeira estar nas casas da população ainda é muito distante. Na escola, nós aprendemos sobre matemática, mas raramente as aulas abordam as questões práticas de aplicabilidade no dia a dia e com relação às finanças.

Com base no perfil da maioria da população se moldam também os produtos financeiros oferecidos. No Brasil, é comum o parcelamento de pagamentos em inúmeras parcelas e o descontrole sobre o uso do cartão de crédito, mas as fintechs e bancos digitais vem puxando essa mudança para uma evolução com produtos que trazem mais benefícios para os clientes e soluções que incentivam a educação financeira, com plataformas, aplicativos e até conteúdo gratuito sobre o tema.

Um outro agente da mudança para uma população que lida melhor com o dinheiro e que vejo como em ascensão hoje são os influenciadores do segmento das finanças, desde os que abordam as melhores dicas para investimentos, aos que produzem conteúdo segmentado para o público de baixa renda. Esses perfis têm ganhado grande relevância e eles são fundamentais para levar a educação financeira de um jeito leve nas redes.

*Carlos Terceiro (29) é CEO e fundador da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais. Formado em desenvolvimento de softwares e análise de sistemas pela Universidade Estácio de Sá, ele sempre teve uma paixão por finanças pessoais e o sonho de empreender. Quando ainda era estagiário, já guardava dinheiro e pesquisava sobre como poupar e investir. Foi em 2014, após comprar seu primeiro smartphone e não encontrar o aplicativo ideal, que Carlos desenvolveu a ideia da Mobills. O principal objetivo da empresa é ajudar os brasileiros a terem uma vida financeira mais saudável. E em seis anos o APP já atingiu a marca de mais de sete milhões de downloads e é o melhor avaliado da categoria pelo Google Play e Apple Store. Além disso, a plataforma disponibiliza conteúdo sobre educação financeira nas redes sociais e no blog .