Em Tempo – Conde, segure o tchan!
Culturalmente não tem conserto. Refiro-me ao Brasil. País que nasce torto, morre torto. Bem nos avisou Compadre Washington, cantarolando nos palcos de programas televisivos dominicais de antanho: “Pau que nasce torto, nunca se endireita”.
Gastamos rios de dinheiro e, no entanto, com o famigerado método de analfabetização paulo freire, conseguimos apenas emburrecer celeremente nossos educandos. De tal forma que sempre emplacamos o primeiríssimo lugar na lista dos piores países no quesito Educação. Pedagogicamente o método paulo freire é um fracasso, não educa ninguém. Resume-se a doutrinar politicamente os alunos, lobotomizando-os ideologicamente, transformando-os em zumbis esquerdopatas. Adolescentes e adultos revolucionários, rebeldes marginalizados “oprimidos” das escolas públicas da periferia, prontos a cortar a garganta dos coleguinhas burgueses “opressores” das escolas particulares. (Vide “Desconstruindo paulo freire” de Thomas Giulliano e “A Falácia Socioconstrutivista: por que os alunos brasileiros deixaram de aprender a ler e escrever” de Kátia Simone Benedetti).
Calculam os entendidos no assunto que precisaremos de duas gerações para minorar o descalabro didático-pedagógico praticado pela dupla lula e dilma e sua “Pátria Educadora” na Educação Nacional. Frisemos: necessários 50 anos somente para MINORAR os nefastos resultados da política educacional petista, e não para saná-los por completo. Tal façanha, sabemo-lo, é humanamente impraticável. Missão impossível.
Voltando ao Compadre Washington (“- Sabe de nada, inocente!”), ele integrava o Grupo Musical É O TCHAN! Décadas atrás emplacou o sucesso “Segure o tchan, / amarre o tchan, / segure o tchan, tchan, / tchan, tchan, tchan”. Venhamos e convenhamos. Em termos poéticos Compadre Washington colocou o aedo deficiente visual Homero no chinelo. Diante do “Segure o Tchan!”, qual “Ilíada”, qual nada… A “Odisséia” ? Não dá nem para o começo.
Ademais, como se não bastasse a beleza imorredoura e transcendental presente nos sublimes versos da composição musical washingtoniana supracitada, ainda somos eternos devedores do Compadre baiano pela magnum opus “Na Boquinha da Garrafa”, vencedora do “Top 10 Mais!” de todas as paradas daqueles nostálgicos idos. Amigo leitor, feche os olhos e sonhe, enquanto escuta no YouTube: “No samba ela gosta do rala, rala. / Me trocou pela garrafa. / Vai descendo na boquinha da garrafa. / Desce mais, desce mais um pouquinho, / desce mais, desce devagarinho”. Não lhe parece ouvir o som mavioso de uma harpa divina, cujas cordas são melifluamente dedilhadas pelo toque angélico dos dedos de querubins, inocentes criaturas aladas esvoaçando entre nuvens azuis e cor-de-rosa transpassadas pela multicolorida lâmina de um arco-íris paradisíaco?
Noves fora, isso é o Brasil culturalmente falando. Com a composição “Na Boquinha da Garrafa”, a Europa, novamente, curvou-se ante o Brasil. É por essas e outras que mandei meu mordomo Jarbas encadernar com pergaminho caprino o exemplar do “Por que me ufano de meu país” do Conde Afonso Celso, colocando-o (o livro, não o Conde) em lugar de destaque na minha estante de obras clássicas.
Brasileiros, em prol da cultura pátria, façam-se as melhores coisas!
* Gilberto Tannus é Mestre em História pela Unesp