22 de novembro de 2024
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Hospital de Amor estima queda de R$ 11 milhões na arrecadação e mobiliza campanha

Meta da instituição com sede em Barretos, SP, é reunir R$ 5 milhões para comprar equipamentos de proteção contra novo coronavírus. Infectologista espera que pico de casos na cidade ocorra em até 8 semanas.

A administração do Hospital de Amor, instituição de Barretos (SP) com unidades em cidades de quatro estados, iniciou uma campanha de arrecadação de doações para garantir a manutenção dos atendimentos e também comprar equipamentos de segurança aos profissionais e a pacientes diante do novo coronavírus.

A previsão do hospital é que, com a pandemia da Covid-19, a instituição sofra uma queda de até R$ 11 milhões na arrecadação mensal. Isso porque boa parte do orçamento surge dos leilões e shows que revertem o dinheiro para as unidades do hospital, mas que foram adiados por conta da quarentena.

Esses eventos reúnem entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões mensais ao hospital. Outros R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões são arrecadados de contribuições com títulos de capitalização em Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP).

O hospital afirma que 40% dos custos mensais são pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante de verba própria, o que significa doações e as parcerias privadas e públicas, já que o atendimento médico é todo gratuito.

Focado na prevenção e tratamento de câncer, o Hospital de Amor tem 16 institutos de prevenção, cinco unidades de tratamento e cerca de 25 unidades móveis em cidades como Barretos, Campinas (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO).

Só em Barretos, o hospital administra 428 leitos de internação e outros 68 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais adulto, infantil, na Santa Casa e no Nossa Senhora. Ao todo, são 4.020 funcionários na cidade.

Fachada da unidade infantil do Hospital de Amor: ajuda do Hiper Saúde é importante para pagar as despesas da instituição que oferece atendimento gratuito — Foto: Crédito: Divulgação Hospital de Amor

A campanha

A meta da campanha, chamada #MomentodeAmar, é arrecadar R$ 5 milhões que serão investidos na manutenção dos atendimentos e na compra de equipamentos de segurança aos funcionários e pacientes da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

As doações são recebidas pelo site e podem ser feitas por depósito bancário, boleto ou usando o cartão de crédito.

“No site as pessoas podem fazer as doações de qualquer valor. Tem alguns itens que estão expostos como luvas, camas de UTI, álcool gel, mas elas podem escolher qualquer quantia, que é muito bem-vinda uma vez que agora a gente passa por um processo em que vários dos nossos leiloes foram suspensos e adiados para evitar a aglomeração de pessoas”, disse a coordenadora de campanha da instituição, Larissa Mello.

“A gente realmente precisa desse suporte da sociedade para manter o serviço aberto e com a excelência para os nossos pacientes que tanto precisam”, completou Larissa.

O Hospital de Amor destinou o Hospital Nossa Senhora para a internação de pessoas com sintomas graves da doença. No local estão cinco pacientes internados na UTI e três na enfermaria, atualmente.

Preparação para coronavírus

Além de separar um hospital em Barretos para fazer a internação de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19, a instituição montou um esquema para enfrentar a pandemia. Atendimentos foram adaptados e cirurgias oncológicas que podem ser adiadas, remarcadas.

Os tratamentos de quimioterapia e radioterapia seguem sem mudanças, mas casos em que o paciente começaria o atendimento foram adiados, se possíveis.

Pessoas que estavam em seguimento, ou seja, terminaram o tratamento e eram acompanhadas pelos médicos, também tiveram consultas adiadas.

Todas as medidas buscam evitar a transmissão do vírus. Isso com a expectativa de que o combate à Covid-19 esteja no começo em Barretos.

“Aqui nós temos observado que são poucos casos e temos percebidos casos suspeitos de provável aquisição na comunidade. Então a epidemia em Barretos deve aí nas próximas três a quatros semanas ter um aumento de casos e o pico dessa epidemia deve ser de umas seis a oito semanas”, afirma o diretor médico e infectologista do Hospital de Amor, Paulo de Tarso Oliveira e Castro.

“Felizmente estamos preparados com equipe treinada com hospital preparado e só esperamos que nosso dimensionamento esteja adequado para o número de casos”, completou.

*Fonte: G1