19 de dezembro de 2024
Em TempoGeral

Em Tempo – Canto poético à la Ezra Pound

Por: Gilberto Tannus*

Governador Geraldo Alckmin inaugura (24/06/2015)

Estação de Tratamento de Esgotos do município de Taquaritinga.

Partícipes da histórica solenidade:

Benedito Braga (secretário de Saneamento e Recursos Hídricos)

Ricardo Borsari (superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica)

alcaide edis lideranças comunitárias da região.

A monumental obra

– equiparada pelos especialistas às Pirâmides do Egito

Jardins Suspensos da Babilônia

Farol de Alexandria, etc. –

faz parte do Programa Estadual Água Limpa

capitaneada por Alckmin

que na ocasião perorou:

“- O laborioso povo de Taquaritinga pode a partir de agora

defecar à vontade sossegado e de maneira ordeira.

Essa ETE já está operando e consegue retirar 94 toneladas/mês de esgoto

do Ribeirão dos Porcos afluente do Rio são Lourenço afluente do Tietê”.

Palmas vivas ovações dos senhores senhoras

autoridades civis militares políticas eclesiásticas presentes.

Geraldo-Chuchu investiu 15 milhões de reais na implantação do complexo

– verdadeira obra-prima da engenharia mundial –

posto incluir sistema de tratamento de esgoto por lodo ativado

com aeração prolongada com dois reatores UASB

dois filtros biológicos aeróbios

dois tanques de decantação secundária

sistema de desinfecção por cloração

estação elevatória com 110 metros de linha de recalque

390 metros de emissário de esgoto tratado.

Após alguns meses de funcionamento a pleno vapor

o fedor de bosta espalha-se pelos ares do progressista burgo interiorano

adentrando – solerte – as narinas sensíveis de milhares de contribuintes

dos bairros próximos.

Passam-se dias semanas meses anos

lustros décadas séculos milênios

e o malcheiroso problema persiste.

Telegrama solidário do presidente Kennedy

à população da cidade sufocada pelo odor de merda:

“- Não pergunte o que Taquaritinga pode fazer por você

pergunte o que você pode fazer por Taquaritinga”.

Anno Domini 2020 – fedentina continua.

* Gilberto Tannus é mestre em história pela Unesp