22 de dezembro de 2024
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Hipopótamos de Pablo Escobar podem acabar com lagos na Colômbia

Depois que alguns hipopótamos fugiram,  seus respectivos 80 descendentes estão provocando danos expressivos ao ecossistema da região norte da Colômbia. De acordo com a previsão de alguns ecologistas, o problema já é bem grave, e só tende a piorar.

Na década de 1980, o famoso chefe do cartel de drogas de Meddelín Pablo Escobar contrabandeou quatro hipopótamos para o território colombiano para colocá-los em seu zoológico pessoal. Posteriormente, eles fugiram do local.

Em um primeiro momento, os habitantes que ficavam próximos ao rio Magdalena, no norte da Colômbia, não tinham noção do que estavam observando, inicialmente no começo da década de 1990, os enormes animais com suas grandes bocas abertas, surgiram nos lagos e pântanos da região, onde assustavam e fascinavam, simultaneamente, a população local. Com o abandono do zoológico de Escobar, os enormes animais acabaram se afastando do local.

Uma nova pesquisa feita pelos ecologistas o impacto dos referidos animais no ecossistema local é profundo. Eles alteraram o balanço de nutrientes em diversos lagos da região, elevando a proliferação de algas que são prejudiciais para muitas espécies nativas desses lagos.

O biólogo Jonathan Shurin e sua equipe, ligados à Universidade da Califórnia, chegaram a essa conclusão após terem feito a comparação da qualidade da água, dos níveis de oxigênio, das populações de micróbios e diversos outros elementos nos lagos onde os animais se estabeleceram e dos lagos nos quais eles não estavam presentes.

O desequilíbrio no ecossistema de água doce provocado pelos tais bichos de Escobar aconteceu simplesmente pelo fato deles comerem e defecarem. Um hipopótamo médio pesa em torno de 1,5 tonelada, passa a noite comendo vegetação, o dia se refrescando e, eventualmente, defecando na água.

Agora imagine 80 hipopótamos fazendo isso em uma escala quase industrial naquele ecossistema. Esse material orgânico serve de adubo para algas e bactérias dos lagos, modificando quais espécies de micróbios aparecem. Contudo, em excesso, isso impede que a luz solar atinja camadas mais profundas da água.