Prevenção: Ministério da Saúde esclarece dúvidas sobre a febre hemorrágica
O último relato de caso da doença no Brasil foi há mais de 20 anos.
O Ministério da Saúde esclareceu dúvidas, nesta terça-feira (21), sobre o vírus que causou a morte de uma pessoa por febre hemorrágica, em São Paulo (SP). O último relato da doença no Brasil foi há mais de 20 anos. Nesse período, foram quatro casos em humanos, sendo três casos adquiridos em ambiente silvestre no Estado e um por infecção em ambiente laboratorial, no Pará (PA).
O diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Júlio Croda, esclareceu dúvidas sobre o caso do paciente que faleceu no último dia 11, com os sintomas da doença. “Ele foi encaminhado para o Hospital das Clínicas com a suspeita de febre amarela, mas ao longo da sua evolução apresentou sintomas diferentes”, explicou.
Histórico
Entre o início dos sintomas no dia 30 de dezembro de 2019, e o dia que o paciente veio a óbito, ele passou por três diferentes hospitais, nos municípios de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo. Não houve histórico de viagem internacional.
Durante seu atendimento foram realizados exames para identificação de doenças, como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. Contudo, os resultados foram negativos para essas doenças. Foram realizados exames complementares que identificou o arenavírus, causador da febre hemorrágica brasileira.
O Ministério da Saúde informou que já comunicou o fato à Organização Mundial de Saúde e à Organização Pan-americana da Saúde (OMS/Opas), conforme protocolos internacionais estabelecidos.
Segundo Júlio Croda, a hipótese é que o paciente teve uma exposição ambiental à poeira da urina e das fezes de roedores silvestres que transmitem o arenavírus. “A recomendação do Ministério da Saúde, no momento, é limitada apenas aos moradores do estado de São Paulo. As pessoas não devem ser expor a ambientes onde existem muitos roedores selvagens para evitar o contato com o arenavírus”, completa.
A doença
A doença é considerada extremamente rara e de alta letalidade, e o tratamento é de acordo com o quadro clínico e sintomas do paciente.
O período de incubação da doença é em média de 7 a 21 dias e se inicia com febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz. Com a evolução da doença pode haver comprometimento neurológico (sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão).
* Com informações do Ministério da Saúde