Peixe elétrico descoberto na Amazônia produz descarga de 860 voltz
A Bacia Amazônica, ao contrário do que se acreditava há mais de 250 anos, não serve de lar para apenas para uma única espécie de peixe-elétrico. Essa foi à conclusão que uma equipe de cientistas chegou após de conduzir exames de DNA em mais de 100 desses animais e os resultados apontarem que, na verdade, existem pelo menos 3 espécies diferentes na Amazônia, sendo que uma delas é capaz de produzir descargas elétricas de 860 volts, o que é a mais poderosa já registrada no Reino Animal.
As análises feitas no animal apontaram que os peixes da espécie “E.electricus” habitam mais ao norte da Bacia Amazônica, principalmente na Guiana e no Suriname, enquanto que os animais das espécies ‘E. Varii’ e ‘E. Voltai’ preferem ficar mais ao sul da bacia, na região norte do Brasil, e podendo ser encontrados nos rios Xingu e Tapajós. Além disso, apesar de os indivíduos das 3 espécies parecerem idênticos, os cientistas conseguiram identificar algumas pequenas diferenças no formato do crânio e na estrutura corporal dos peixes.
Em relação às descargas elétricas, os cientistas colocaram os peixes-elétricos em piscinas infláveis para poder medi-las e, depois de levar alguns choques no processo, descobriram que os ‘E. Voltai’ são capazes de produzir a maior descarga já registrada entre esses animais, superando a maior marca até então, que era de 650 volts.
Só para se ter ideia, se você enfiar o dedo em uma tomada, vai levar um choque entre 110 e 220 volts, mais ou menos, e os tasers podem gerar cerca de 1,2 mil volts. Isso significa que, apesar de poder produzir uma descarga grande, um peixe-elétrico sozinho não seria capaz de matar um humano (adulto e saudável). Contudo, se um cardume nervoso atacasse alguém já que essas criaturas costumam viver em grupos, aí a situação poderia se complicar.
Mas não se preocupe, pois não existem registros de que incidentes assim já tenham ocorrido, e o normal é que os peixes usem sua “energia” para capturar presas, afugentar predadores e para ajudá-los a navegar pelos rios e se comunicar.
Inclusive foram os peixes-elétricos que inspiraram Alessandro Volta a criar a primeira bateria elétrica, no finalzinho do século 18, e, mais recentemente, suas propriedades vêm servindo de ideia para o desenvolvimento de novas tecnologias, entre elas, baterias de hidrogel para uso em implantes médicos e a criação de medicamentos para o tratamento de doenças neurodegenerativas.
Além disso, a identificação das novas espécies demonstra que ainda existem muitos organismos na Amazônia esperando para serem descobertos.