Crânios desproporcionais são encontrados na Croácia
Com a descoberta de três crânios estranhos na Croácia, poderia sugerir presença de alienígenas, mas não será dessa vez.
A principal hipótese dos arqueólogos e pesquisadores é de que a modificação feita nos crânios encontrados, sendo dois deles pontudos e alterados artificialmente, sugere que foram realizadas para “marcar” e mostrar que eram indivíduos pertencentes a determinados grupos culturais.
A deformação cranial não é exatamente uma novidade, já foi inclusive relatada em inúmeras em partes do mundo. O exemplo mais antigo que se tem notícia até hoje é de 12 mil anos atrás, na China. Mas, já foram identificadas modificações da Eurásia até a África e na América do Sul. Essas modificações aconteciam, geralmente, por conta do uso de ataduras muito apertadas ou ferramentas rígidas em crianças, pois elas possuem o crânio mais maleável.
As razões para isso, no entanto, podem variar desde status social, motivos estéticos ou para determinar o grupo cultural.
Os três esqueletos encontrados estavam em uma sepultura no sítio arqueológico Hermanov Vinograd e foram descobertos em 2013, mas a análise seguiu de 2014 a 2017, com a utilização de diversas técnicas para chegar aos resultados, como exames de DNA e imagens radiográficas. Resultados mostraram que eles pertenciam a homens mal nutridos que morreram ainda jovens, entre 12 e 16 anos.
As causas das mortes são desconhecidas, mas os pesquisadores acreditam que podem ter ocorrido por má nutrição ou alguma doença que os matou rapidamente sem deixar vestígios nos ossos, apontou Mario Novak, bioarqueólogo e principal autor do estudo.
Nada de alienígena: esqueletos têm diferentes ancestralidades e características
As análises realizadas após a descoberta dos esqueletos apontaram que eles datam entre 415 a 560 Dc, e parecem ter diferentes ancestralidades, sendo um da Eurásia Ocidental, um do Oriente Médio e outro do Leste Asiático.
Além disso, os crânios têm características distintas. O de ascendência oriental tinha uma deformação do tipo ereto-circular, ou seja, o osso frontal atrás da testa foi achatado e, com isso, a altura do crânio aumentou significativamente, conforme explica o bioarqueólogo.
O do leste asiático tinha uma deformação oblíqua, fazendo com que o crânio fosse alongado diagonalmente para cima.
E o da Eurásia Ocidental não possuía deformações. Embora ainda não possam ter certeza sobre os grupos culturais aos quais pertenciam, acreditam que o do leste asiático fosse um huno (povo bárbaro e nômade da Ásia central).