Nossa Palavra – Correndo para não chegar
Não é de hoje que a Cidade corre para chegar entre os municípios turísticos do interior paulista. Desde a época do ex-prefeito Paulo Delgado (talvez até antes) que nossa Cidade mede forças para mostrar seu potencial. E isso Taquaritinga tem de sobra. Só capitalizar seu carnaval ao ar livre (o popular Batatão) já bastaria para colocar o Município entre os primeiros. E aqueles que vêm de fora, então, para admirar a beleza natural da Serra do Jabuticabal já seria um feito admirável. Temos o Estádio Dr. Adail Nunes da Silva (o Taquarão), construído em pouco menos de 90 dias, que abriga nosso CAT de tantas glórias. Desde aquela época corre-se atrás deste potencial turístico. Já pensou-se na tradicional Passagem da Fogueira (no distrito de Jurupema), mas de tanto se pensar, o evento – que chamava atenção das emissoras regionais – perdeu-se na memória. Estranhamente, há quase 15 anos esse mesmo tema é debatido. Não se chega, contudo, a uma conclusão definitiva. Embalde a Cidade nada de braçadas, mas morre na praia.
No governo de Zuppani, além do chamado Baile no Coreto, levado a efeito na Praça Dr. Horácio Ramalho (a antiga 9 de Julho), cortada repentinamente pelo atual chefe do Executivo, muitas outras ideias (algumas até criativas) chegaram a ser implantadas. Não vingaram, porém, sabe-se lá porque. Talvez por causa de seu estágio vegetativo nas últimas décadas, o povo daqui adquiriu um complexo de vira-lata jamais visto na história da terra de Bernardino Sampaio. Não conseguimos superar o cão de raça que vive latindo na coleira do vizinho. Não bastasse nossos ídolos na galeria dos antepassados, como um José Paulo Paes e Ivete Tannus (poesia), Edmílson e Paulo César Camassuti (futebol), temos os de hoje, Augusto Nunes (jornalismo), Ana Salvagni (música) e mais uma infinidade de personagens que povoam nossa história. Dizem que entramos na porta errada, pela contramão da história. Pode ser, mas parece que falta um cadinho de patriotismo municipal. Não é bairrismo, muito menos provincianismo.
O cidadão amar sua Cidade, seu hino e sua bandeira não o faz menos taquaritinguense do que os outros. A bandeira imperial verde e branca de Taquaritinga deveria tremular em todas as janelas do Município. Seu hino – forjado pelo cônego Cavallini – teria que ser cantado pelas crianças nas escolas municipais. Muita exigência? Que nada! Talvez seja essa exatamente a divulgação turística que esteja faltando. Tem conterrâneo que está com vergonha de se dizer taquaritinguense. É o tal complexo de vira-lata de que estamos escrevendo. Quando se fala, por exemplo, que vamos pertencer a região metropolitana, muitos desdém, debocham, fazem chacotas. Não há estratégia que dê certo. Quando se rema contra a maré, a positividade vai para o brejo. Para o banho de descarrego das coisas ruins, não podemos descuidar. É preciso se dar as mãos e vibrar as boas energias, independente da força política que está no poder. Quem for taquaritinguense não pode se esconder, é preciso mostrar a cara, que somos grandes como nossos pais. Que temos valor, sim, um enorme potencial a ser descoberto pelos turistas. Mas, para começar, há que se agir. Temos pautado muito pela teoria, pelo superficial. Para se ter turismo, primeiro há que mostrar turismo. E não temos feito nada pelo turismo, a não ser palestras genéricas. Há que se atrair gente e isso não temos feito. Parece que estamos dando sopa para o azar.