22 de novembro de 2024
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Ouro negro: país com maior reserva de petróleo nem sempre reflete riqueza

Recurso natural continua a ser principal fonte de energia do mundo e fator determinante na política internacional.

O petróleo continua a ser a principal fonte de energia do mundo em que vivemos. E, até que as energias renováveis sejam capazes de substitutir o chamado ‘ouro negro’, seguiremos dependentes dele.

Em 2018, consumimos mais petróleo do que em qualquer outro ano da história. Segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), foram 98,82 milhões de barris por dia – e a tendência é que isso continue a aumentar até atingir 100,23 milhões de barris por dia neste ano.

Diante desta sua relevância como matéria-prima, a venda de petróleo e produtos derivados são uma peça fundamental da política externa e comercial no mundo.

Por isso, os Estados que têm em seu subsolo esse valioso bem desfrutam de uma fonte de renda e recursos que, no entanto, nem sempre se traduz em bonança e igualdade econômicas.

Os países com as maiores reservas – A Venezuela é o país com as maiores reservas do mundo, com 300,9 bilhões de barris, de acordo com dados da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos.

O segundo é a Arábia Saudita, com 266,5 bilhões de barris. O Canadá fica em terceiro, com 169,7 bilhões de barris. O Brasil aparece em 15º no ranking, com 12,7 bilhões de barris.

 

O custo da produção – Mas ter petróleo nem sempre é sinônimo de riqueza. Um dos exemplos mais claros é a própria Venezuela, que enfrenta uma crise econômica que fez com que até 3,4 milhões de venezuelanos abandonassem o país, segundo dados da ONU.

As razões por trás do caso venezuelano são várias e muito diversas, e a quantidade das reservas de petróleo é apenas um fator entre os que determinam se a exploração é realmente lucrativa. Mesmo com a maior reserva de petróleo do mundo, a Venezuela enfrenta uma grave crise econômica.

Na Venezuela, a geologia não facilitou esse trabalho. A maioria do seu petróleo é do tipo pesado, e esta alta densidade torna mais díficil e cara sua extração, porque é preciso usar dissolvente para que o material possa circular.

Além disso, após as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, a Venezuela não pode comercializar o que produz tão facilmente, porque sua rede de compradores se reduziu consideravelmente.

O Canadá é outro exemplo de país com grandes reservas e um custo de extração elevado, porque seu petróleo também é majoritariamente pesado.

Tudo isso eleva o custo de produção. Extrair um barril no Brasil custa quase quatro vezes mais do que na Arábia Saudita, por exemplo, onde a maior parte do petróleo é líquido e mais fácil de comercializar.

Se o custo de produção de um barril é de menos de US$ 9 (R$ 34,6) para os sauditas, segundo dados da Opep, na Venezuela e no Brasil esse custo sobe para US$ 27,62 (R$ 106,3) e US$ 34,99 (R$134,70) respectivamente.

Fonte: BBC Brasil