13 de novembro de 2024
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Aeroporto estadual de São Carlos recebe primeiro voo internacional

Com a internacionalização, os custos operacionais no Brasil cairão em torno de 9%; unidade de São Carlos faz parte do pacote de desestatização do governo de SP e do DAESP.

O Aeroporto Mário Pereira Lopes, em São Carlos, recebeu na última quinta-feira (21), às 8h, uma aeronave da LATAM vinda do Equador, que realizou todo o desembaraço aduaneiro no próprio aeroporto. O fato, inédito na região, marca a internacionalização e o alfandegamento da pista do aeroporto de São Carlos.

Administrada pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (DAESP), a unidade de São Carlos é a primeira da rede a receber operações internacionais. O Departamento gere ao todo 20 aeroportos paulistas, e realiza estudos para definir o melhor modelo de desestatização dessas unidades.

O voo da manhã desta quinta (21) foi do Airbus A319, prefixo HC-CPZ, que foi direto ao Centro de Manutenção da LATAM (MRO). A ação, que vai se tornar o centro mais competitivo mundialmente, é importante para o desenvolvimento da região e do Estado, uma das prioridades do governo paulista.

“Este evento demonstra a força do interior paulista. E aumenta mais ainda o interesse da iniciativa privada pela desestatização dos 20 aeroportos geridos pelo Daesp”, afirma Antônio Claret de Oliveira, superintendente do Departamento, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transportes e braço aeroportuário do Governo de São Paulo. Claret representou o governador do Estado de SP, João Doria, no evento.

No caso de São Carlos, após solicitação do DAESP, a Agência Nacional de Aviação Civil expediu a portaria 3.988, no dia 01 de dezembro de 2017, e publicada no Diário Oficial da União no dia 6 de dezembro, autorizando o aeródromo a operar “serviços aéreos privados destinados à entrada ou saída de aeronaves procedentes do exterior ou a ele destinados, para serem submetidas à prestação de serviços de manutenção e reparo”.

Ao longo da etapa de internacionalização de São Carlos, o processo passou pela análise e aprovação de quatro órgãos federais, os quais instalarão operações específicas no aeroporto para alfandegamento das aeronaves: Ministério da Agricultura, por intermédio do?Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, a Receita Federal do Brasil e a Polícia Federal.

A internacionalização eliminou a necessidade de nacionalização para voos “ferry” destinados ou originados em São Carlos, o que implicava na obrigatoriedade de mais um pouso em outro aeroporto internacional. Atualmente, a prestação de serviços de manutenção e reparos de aeronaves é a principal motivação para a operação de aeronaves de grande porte no aeroporto.

As operações internacionais aumentarão a competitividade do centro de manutenção brasileiro frente ao de outros países, já que os custos operacionais serão cerca de 9% menores, levando-se em conta diárias, gastos com combustíveis, pousos e decolagens. Com custos menores, a expectativa da LATAM é ampliar a prestação de serviços de manutenção pela conquista de novos contratos também junto a outras companhias aéreas estrangeiras.

O crescimento dessas atividades contribuirá para fortalecer ainda mais a posição da região de São Carlos e Araraquara como polo relevante da indústria aeronáutica brasileira. A região já é reconhecida pela formação de engenheiros e profissionais especializados, com cursos reconhecidos em universidades públicas (USP e UFSCar) e escolas técnicas, e conta com uma unidade industrial da Embraer instalada em Gavião Peixoto.

O Aeroporto Estadual de São Carlos opera com aviação geral (executiva), além de atender empresas com foco na manutenção de aeronaves. Em 2017, foram registrados 1.700 embarques e desembarques e 2.057 pousos e decolagens, e em 2018, 866 embarques e desembarques e 1.636 pousos e decolagens.

O aeródromo integra a rede do DAESP, que administra 20 aeroportos no Estado. Deste total, 15 atendem a aviação geral (executiva, táxi-aéreo e aerodesportivo) e 6 operam com aviação regular (comercial).

Programa Estadual de Desestatização

O Aeroporto de São Carlos está no Programa Estadual de Desestatização dos Aeroportos do Governo do Estado de São Paulo. Os estudos e a modelagem serão conduzidos pelo DAESP junto de consultoria internacional, já em fase final de contratação.

O objetivo é trazer o maior retorno possível para o Governo de São Paulo e sua população. A Alta Gestão do Estado dá total apoio ao projeto e tem tomado ações significativas para melhorar a atratividade dos aeroportos da rede do DAESP e aumentar a integração do interior, como por exemplo, a redução do ICMS que incide sobre o querosene de aviação.

O DAESP, totalmente alinhado com as diretrizes do Governo do Estado de São Paulo, busca o desenvolvimento da infraestrutura presente nas regiões afetadas por sua rede de aeroportos.