Pesar: Morre professor Pastore, aos 90 anos de idade
(É impossível contar a história sem ele).
O professor Arnaldo Ruy Pastore, casado com a farmacêutica Zoé Benfatti Pastore desde 1954, iria completar 91 anos de idade no dia 5 de maio. Problemas de saúde, entretanto, o impediram de continuar sua ilustrada trajetória. Na manhã desta sexta-feira, já debilitado, professor Pastore faleceu, consternando Taquaritinga.
Como destacava a professora Zoé, relembrada pelo jornalista Nilton Morselli, “meu marido não tem medo de nada”. Ele seguiu sua missão de ensinar gerações de taquaritinguenses no Instituto Estadual de Educação “9 de Julho”, como professor de Física. Ao lado da sala de aula, professor Pastore fazia um trabalho de pesquisa sobre as origens do município.
Casal exemplar, de muito amor entre si, era comum se ver a professora Zoé dirigindo seu “Fusquinha” pelas ruas da Cidade, tendo como passageiro o professor Pastore. Ele nunca aprendeu a dirigir. Fazia discursos memoráveis, era jornalista (membro da Associação Paulista de Imprensa), escrevendo textos brilhantes sempre em defesa dos interesses de Taquaritinga.
Diz o historiador Milve Peria que o jornalismo é herança paterna: o pai, Caetano Álvaro Pastore, exerceu a profissão em São Paulo, antes de se tornar dono da Livraria Esmeralda, na Rua Prudente de Morais. Arnaldo e Zoé faziam questão de receber os amigos na reservada casa da Rua Duque de Caxias, com um café “Capuccino”.
Dono de uma memória prodigiosa, relembrava casos históricos de bate-pronto e ficou conhecido em toda Taquaritinga como “enciclopédia ambulante”. A única “bronca” do professor Arnaldo era na questão de horário. Britânico, não admitia nenhum minuto de atraso nas solenidades, principalmente no Altar da Pátria – que ficava onde hoje é o ITES (Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior).
Tradicionalista, o professor Pastore sempre brigou pela comemoração do aniversário da Cidade no dia de sua fundação (8 de junho). Taquaritinga celebrava seu aniversário no dia 16 de agosto, data da emancipação político-administrativa do município. Também era contrário à mudança de denominações em praças públicas (como exemplo, a Praça Centenário que passou a se chamar Dr. Waldemar D’Ambrósio).
Vai ser impossível continuar escrevendo a história de Taquaritinga sem o professor Arnaldo Ruy Pastore, cujo corpo está sendo velado na Câmara Municipal e o sepultamente provavelmente deva ocorrer ainda nesta sexta-feira, às 17h30. Rotariano há mais de cinquenta anos, ele também foi maçom fervoroso e dedicado a irmandade. O professor Pastore deixará muita saudade.
