22 de novembro de 2024
CidadeDestaquesGeral

Nossa Palavra – Antenas de bambu

Ainda dá para se ouvir ao fundo a queixa do personagem Chaves do seriado exibido pelo SBT (quando o SBT está no ar): “Ninguém tem paciência comigo”. Sem os canais de TV no final de semana e sem o sinal de internet logo no início, o povo de Taquaritinga teve paciência até demais.

A prometida solução para o problema vem desde antes do pretenso canal de qualidade. Antes, a tragédia se abatia sobre a recepção das emissoras de rádio. Bastavam dois ou três trovões na altura da Serra do Jabuticabal e o técnico eletrônico Benedito Cipó (da então Mensagem FM, hoje Mix) tinha de subir o morro para acertar a torre. Ia para resolver o problema da Mensagem e aproveitava para ajustar também o da Rádio Imperial AM, sua co-irmã.

Desde então, aqui na cidade, até o tremor de terra em Jurupema é sinal de alerta para os canais de rádio e TV saírem do ar. Tanto faziam, que uma vez o radialista Jair Motuca desandou a falar sobre “antenas de bambu”. Parece que as antenas gostaram da serra e nela ficaram até hoje. Brincadeiras à parte, a situação é complicadíssima: depois de ficar neste final de semana sem a maioria de canais de TV, a população de Ribeirãozinho teve que amargar pelo menos mais de meio dia da segunda-feira sem os sinais de internet.

Só que naquela época, todavia, a imprensa “falava” e o assunto não passava batido. Mas os anos se passaram e a situação não mudou até hoje. Em Taquaritinga, a política é a arte de alimentar vaidades e aqueles que se foram não voltaram mais. Parece repeteco do Chaves o que estamos ouvindo: ninguém tem paciência conosco, dizem as autoridades de plantão. Elas só correm para acertar a questão quando as mulheres reclamam em uníssono de que “perderam” a novela porque a Globo estava fora do ar.

Como não foi o que aconteceu neste final de semana, ninguém se preocupou um milímetro com a falta de recepção dos canais. Quanto a internet, o problema é ainda mais sério e demanda um acerto maior. Ao mesmo tempo que é usada para o bem, é usada para o mal e as redes sociais se tornaram o calcanhar de Aquiles para qualquer político abestado que quer dar uma de João sem braço para cima da população.