Menino de 8 anos, devolvido duas vezes, é adotado por casal de Brasília
Após passar por três rejeições, incluindo a dos pais biológicos, Enzo encontrou um “lar de verdade”.
Depois de ser devolvido duas vezes por pessoas que se apresentaram como pais e depois desistiram da adoção, o pequeno Enzo de 8 anos foi adotado por um casal de Brasília em processo consumado no último dia 12 de novembro.
A conclusão do pedido de adoção aconteceu na 1ª Vara de Família de Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal, cidade onde a criança vivia em um abrigo, à espera de um lar.
O menino, que acompanhou a adoção dos seis irmãos biológicos e viu cada um ser escolhido por uma família, sentiu o gosto amargo da rejeição. Na última das duas vezes em que foi devolvido, acabou separado da irmã, aceita como filha pelo casal.
Somente no dia 5 de dezembro de 2017, há um ano, Enzo sentiu que sua história poderia mudar após conhecer Kairon Oliveira da Silva e Silvio Romero Fagundes. “Ele é que nos escolheu”, dizem os pais adotivos, que conseguiram transferir o pedido de adoção para Goiás e começaram os trabalhos de aproximação com o menino, em parceria com a equipe da casa de acolhimento.
“A gente pensou que ia ser difícil para ele lidar com dois pais, mas foi a parte mais fácil. Ele achou legal, porque colocava a dificuldade na mãe. Para ele, era a mãe que sempre o abandonava”, explica Kairon.
De acordo com o depoimento dos pais adotivos, ainda no abrigo Enzo foi diagnosticado com déficit de atenção. Para eles, a hiperatividade e a dificuldade de concentração não foram interpretadas corretamente pelos outros pais, o que gerou ainda mais insegurança na criança, condicionando o seu comportamento.
Apesar dos problemas enfrentados por Kairon e Silvio nos contatos iniciais com Enzo, inclusive com sucessivas reclamações na escola, o casal foi em frente e não desistiu. O pequeno recebeu um laudo da instituição de ensino com a informação de que tinha transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDH) e distúrbio de comportamento.
Os pais, não aceitando este diagnóstico, submeteram o menino a outros exames. Desta vez, os laudos não apontaram qualquer alteração e a conclusão foi de que o déficit de Enzo não era de atenção, mas de segurança, carinho, amor e cuidados.
“Buscamos a melhor neurologista de Brasília e ela disse que Enzo não tinha qualquer doença. A única coisa que sugeriu foi que mudasse meu filho de escola”, contam os responsáveis legais pela criança.
A base familiar sólida e a paciência foram o que mantiveram os pais de primeira viagem focados a entender o comportamento do filho. Atualmente, os três vivem em harmonia, deixando prevalecer o respeito e o amor dentro de casa.