7 de novembro de 2024
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Artigo: CNBB e a importância do voto consciente

Welson Gasparini*

Bastante oportuna – ainda mais diante da proximidade do próximo dia 7 de outubro – a cartilha política da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil contendo importantes orientações para não só os católicos, mas para os brasileiros em geral no relacionado à importância das eleições em nosso País. Transcrevo parte das orientações políticas transmitidas por essa cartilha: “Para o bem da sociedade – explica a CNBB – é necessário que todos sejam justos, honestos e respeitosos com seus semelhantes. É dever de todo servidor público obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” Diz ainda: “quem é corrupto e se elege comprando votos, provavelmente continuará praticando a corrupção para recuperar o que gastou”. E faz um reparo: “o roubo e o desvio de verbas públicas levaram o País a uma crise ética, econômica e social. Todos somos corresponsáveis pela situação que vivemos. Nossos interesses pela política são de grande importância. Não escolhemos, infelizmente, com critério na hora do voto e não acompanhamos os eleitos”.

Prossegue: “O bem da nação requer de toda a superação de interesses pessoais, partidários e corporativistas. A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda da objetividade e pode levar a divisões e violências ameaçadoras da paz social. Saiba dialogar pacificamente com quem pensa diferente. O grande responsável pelas mudanças que o Brasil precisa é o povo. Temos de ser advogados da justiça e defensores dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas que clamam ao céu. Temos de conseguir reabilitar a dignidade da política, temos que nos encaminhar rumo à democracia madura, participativa, sem as chagas da corrupção. Precisamos nos empenhar em moralizar as campanhas políticas. Temos que lutar no âmbito da moralidade pública, da administração da Justiça, do Estatuto da Família e da promoção do direito à vida. A palavra ‘candidato’ vem de cândido, puro, branco. Originou-se na Roma antiga, onde aqueles que disputavam cargos eletivos eram obrigados a desfilar pelas ruas trajando vestes brancas, que era uma forma de demonstrar a pureza de sua vida e de seus propósitos. Cabia aos cidadãos aceitar a apresentação ou jogar lama nos camisolões brancos daqueles que estavam enganando o povo”.

Continua orientando: “Tenha interesse pela política. Ela influencia concretamente a nossa vida, salários, impostos, preços de mercadorias e serviços e é essencial para a transformação da sociedade, educação e segurança. Escolha candidatos que tenham boa índole, pesquise. Há candidatos honestos e competentes. Procure informações em fontes seguras sobre o candidato de sua preferência, sobre sua vida, sobre sua atuação na sociedade, sua família e seu trabalho social. Vote em quem tenha efetiva competência e reconhecida capacidade de liderança, que defende a família, que tenha comprometimento com as coisas dos mais necessitados, que tenha respeito com seus adversários políticos, que tenha coerência entre palavras e atitudes, inspirando confiança e credibilidade.”.

Devemos escolher, portanto – conforme frisei em artigos anteriores – candidatos dotados de quatro qualidades fundamentais: em primeiro, lugar, honestidade, muito em falta em nosso país; capacidade, pois não adianta ser honesto se não for capaz; idealismo, pois não adianta ser capaz e honesto se não tiver ideais, propósitos corretos e, finalmente, também muito importante: coragem para enfrentar os desafios representados pela situação atualmente vivida pelo Brasil.

*deputado estadual, professor, advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto.