Incerteza eleitoral potencializa a desvalorização do real
Nos últimos meses, o Brasil tem direcionado sua atenção para as eleições, cujas primeiras pesquisas, depois do registro das candidaturas à Presidência da República, geraram turbulência no mercado financeiro.
Tendo alguns resquícios do quadro de 2002, a característica marcante do pleito deste ano é o alto grau de incerteza sobre os candidatos e suas plataformas políticas para este ano eleitoral.
Naquela ocasião, o candidato eleito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tinha uma postura econômica contrária às medidas tomadas anteriormente, como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com isso, houve uma rápida desvalorização cambial em função da desconfiança do mercado em relação à política econômica que seria adotada.
Hoje, não só o real, mas também diversas moedas de outros países, seguem uma tendência de desvalorização em relação ao dólar. Todavia, a fragilidade do governo atual e a insegurança a respeito das eleições têm potencializado a perda do valor da moeda brasileira.
Embora a economia esteja mais desenvolvida do que há 16 anos, a situação do Brasil é bem frágil. Além de vários problemas enfrentados sem perspectiva de soluções até o próximo governante assumir, esse estresse do mercado está associado a essa expectativa do novo presidente.
O dólar comercial fechou a semana passada cotado a R$ 4,104 na venda com alta acumulada de 4,85%. É a terceira semana consecutiva que a moeda norte-americana sobe frente ao real, chegando a patamares de novembro de 2016, quando a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos havia provocado uma tensão na economia mundial.
No início da tarde desta última segunda-feira (27), o dólar opera em queda. A moeda norte-americana caiu 0,63%.
Até a eleição do primeiro turno, marcada para 7 de outubro, serão quarenta dias com o câmbio volátil e pressionado. Para os especialistas em economia, essa tendência pode ser revertida se o País eleger um presidente comprometido com as reformas necessárias.
