Nossa Palavra: Vai, Brasil!
Apesar de a seleção brasileira estar indo razoavelmente bem na Copa do Mundo da Rússia (hoje, às 3 da tarde, nossos jogadores têm difícil compromisso contra a Bélgica pelas quartas de final) não se vê no país, em Taquaritinga particularmente, aquele patriótico entusiasmo que alentou torcedores nas copas de futebol anteriores. Coisas da crise tupiniquim.
Afinal, convenhamos, a população está falida (em cidades medianamente em desenvolvimento como a nossa, por exemplo, a renda per capita cresce igual rabo de cavalo: para baixo), grana extra para fazer festa, nem pensar. E pior do que isso: políticos aloprados metendo as mãos na bufunfa dos cofres públicos adoidado sem que alguma providência seja tomada.
Os brasileiros, sem esperança, perderam a expectativa de uma luz no fim do túnel para acabar com a corrupção desenfreada que atravanca o progresso e não deixa o povo avançar em seus objetivos. Isso causou uma queda na auto-estima que é praticamente irrecuperável se não for revertida com políticos honestos e do bem, artigo de luxo nos últimos tempos.
Endividados, nós temos poucos motivos para sorrir realmente. Festejar um gol, então, beira a sandice. O país – e Taquaritinga em especial – tem outros problemas a se preocupar: educação de baixo nível e a saúde chega ao fundo do poço. Aqui na cidade, irremediavelmente pobre, tem-se que contar as moedas para iniciar uma nova empreitada.
Por conta disso, o povo está sorrindo amarelo. Não está sorrindo verde-amarelo como se esperava de uma Copa do Mundo. Não há alegria no ar pelo que se vê nas praças e nas ruas. Estão todos acabrunhados, amargurados com a triste situação. E o governo não arreda pé de suas tresloucadas medidas. Governa por decreto e não respeita os direitos populares.
Entretanto como brasileiros, é claro, não desistimos nunca. Sabemos que se pode marcar o gol da vitória aos 45 minutos do segundo tempo. E essa chance, vislumbremos, pode ser agora, em outubro deste ano, com as eleições gerais que se aproximam. Mais uma vez temos que lembrar a todos: valorizem seu voto, não vendam e não troquem por uma vantagem qualquer.
Quando o eleitor vende seu voto, não poderá cobrar o candidato se for eleito. Não poderá exigir futuramente seus direitos de cidadão. O político já lhe pagou em vantagem e você ficará a ver navios. Portanto, erga a cabeça, reaja e participe. Sabemos que a atual situação política está deprimente e lamentavelmente horrorosa, mas ainda podemos virar o jogo e dar o troco.
Se a seleção brasileira não conquistar a Copa do Mundo e não pudermos sair às ruas para comemorar que, pelo menos, conquistemos governantes melhores, com propostas viáveis. Iremos, com certeza, festejar o gol da democracia nas esplanadas de Brasília. O país precisa sem dúvida de uma injeção de ânimo. Se não for na Copa, tem que ser nas urnas eletrônicas.