Artigo: Indignado com esses governantes! Esporte, use e jogue fora
Nesta última semana o presidente da República Michel Temer baixou um decreto retirando da pasta do esporte diversos milhões de reais e inconformado com essa atitude o presidente o técnico de vôlei taquaritinguense Augusto Sabbatini, que atualmente é Diretor Técnico e Treinador de Vôlei de Praia da Federação Olímpica de Esportes de Curaçao compartilhou com a redação de O Defensor um artigo assinado pelo Gestor Esportivo Renato D’Avila, que expressa bem o sentimento das pessoas ligadas ao esporte.
Vamos ao artigo:
“Interessante, para não dizer o contrário, a forma como o esporte no Brasil é tratado. Fica a sensação que a atividade, elevada ao nível de uma das mais nobres das atividades humanas, por aqui não vale muita coisa.
O esporte de alto rendimento, representado pelo Futebol (Copa do Mundo, Brasileirão e outros) e os demais esportes olímpicos, Voleibol, Natação, Basquete, Ginástica, Iatismo, (Olimpíadas, Mundiais etc) são uma das poucas atividades que eleva o Brasil acima da nossa linha de subdesenvolvimento, de desigualdade social e da endêmica corrupção. É bom ver o Brasil ganhar…é bom torcer descompromissadamente a frente da TV. Mas o que a imensa maioria ignora, é o quanto custa formar, preparar, dar competitividade, sediar eventos internacionais, custear tratamentos e treinamentos, para todos os que se propõe a militar neste campo.
O esporte participativo, sem programa, sem direção, sem projeto, fica delegado a geração espontânea de iniciativas da população, sem nada que demonstre melhorias. Mais da metade das escolas públicas do país sem espaço apropriado para a prática esportiva, a quase exclusão da Educação Física do Currículo escolar obrigatório, a desvalorização do profissional de Educação Física e o sucateamento das Universidades públicas, completam o quadro.
O Brasil perdeu uma oportunidade histórica de mudar os hábitos do nosso povo, hoje com mais da metade de nossa população sedentária, durante a década de ouro do esporte (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016). O Governo investiu pesado. Em estádios ociosos, instalações subaproveitadas e auxílio volátil às Confederações Olímpicas. Nada muito sustentável, nada que não passasse dos eventos. A realidade econômico financeira da imensa maioria das entidades esportivas brasileiras, neste período pós Olimpíadas, comprova isto.
E agora o golpe de misericórdia é a recém publicada Medida Provisória 841, que retira parte dos parcos recursos destinados ao fomento do esporte brasileiro sob a alegação de aplicação em segurança pública. Sou amplamente favorável ao investimento em segurança pública. Porém, tenho certeza que existem inúmeros desperdícios, investimentos desnecessários e verbas de mordomias que poderiam ser direcionadas antes de atingir o Esporte, e outras áreas importantes para a sociedade.
Por enquanto fica a sensação de que o esporte é bom para a promoção e visibilidade dos políticos, que depois que usou podem jogar fora, como atividade de segunda classe”.
Por: Renato D’Avila – Gestor Técnico