22 de dezembro de 2024
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Artigo: Desagregação da família induz à violência doméstica

Welson Gasparini*

É muito importante – e destaquei em recente pronunciamento na ALESP – o fortalecimento dos laços familiares no Brasil, do respeito que deve existir entre maridos e mulheres, mas, também, entre pais e filhos. . É triste falar, mas estamos tendo uma desagregação dos casais, em grande número em nosso país; só no ano passado ocorreram 70 mil divórcios – quinze vezes mais divórcios do que casamentos! Isso induz a uma reflexão sobre o que está acontecendo com a família brasileira. O excessivo número de divórcios talvez seja consequência de casamentos precipitados ou falta de um maior conhecimento prévio entre os cônjuges. Às vezes, entendo, o divórcio se torna necessário quando feito pensando, com carinho, nos filhos, evitando-lhes constrangimentos maiores.  O casal, muitas vezes, não consegue uma convivência normal, pacífica e daí a necessidade da separação.

A violência doméstica é outra infeliz realidade vivida em muitos lares onde falta, justamente, senão amor, compreensão entre os casais. Ainda em edição recente a revista Veja, em ampla reportagem, expõe as agressões denunciadas por uma mulher casada com advogado conceituado, verdadeiro expoente da advocacia, ao longo dos 13 anos nos quais estiveram juntos.  Nem todas as mulheres, entretanto, têm a coragem de denunciar violências das quais são vítimas ou por amor aos filhos ou receio de agressões ainda maiores. Acabam calando e, assim, contribuindo para a impunidade de seus maridos ou companheiros.

É preciso, portanto, fortalecer os laços familiares inclusive tendo em vista o destino e o futuro dos filhos. Quando alguém pensar em casar deve, antes, se conscientizar da responsabilidade assumida em relação ao seu próprio futuro e daqueles que dele dependerão. Essa conscientização deve começar, em primeiro lugar, nas escolas, mas, também, nas igrejas de todas as religiões no sentido de se criar a mentalidade da importância do casamento não só para o casal como, principalmente, para os filhos.

Outro dado impressionante que apontei foi o número de pessoas assassinadas anualmente no Brasil; a violência está terrível no mundo, mas principalmente no Brasil. Em média, todos os dias, aproximadamente 156 assassinatos acontecem em nosso País. Temos de refletir seriamente sobre isso. Por que tanta violência, tantos assassinatos? Por que tantos maridos agridem ou são agredidos por suas mulheres? Devemos reagir ensinando e praticando em nossos lares, nas nossas famílias, nas nossas escolas e nas nossas igrejas o quanto é fundamental o amor ao próximo. Quem ama não mata. Ao contrário, quem ama só faz o bem e não concorda nunca com a violência, ocorra ela onde ocorrer!

Em outras palavras: família unida – na qual exista amor e respeito entre seus integrantes – repudia todo tipo de violência, especialmente a doméstica!

*deputado estadual (PSDB), advogado, professor e ex-prefeito de Ribeirão Preto.