Editoria: Palavras de otimismo
A despeito de problemas que têm aparecido via de regra na administração municipal, o prefeito de Taquaritinga demonstrou otimismo de sobra em sua fala logo depois do jogo do CAT (Clube Atlético Taquaritinga) domingo à tarde no Estádio Municipal Dr. Adail Nunes da Silva, o Taquarão, que terça-feira (dia 1º de maio) completa 35 anos de lutas e conquistas. O chefe do Executivo falou pelos cotovelos sobre as vantagens que o Município terá daqui para frente em direção a um futuro de ouro que o espera.
Na visão do alcaide, que nunca deixou de acreditar na Cidade, mesmo neste momento de crise e desespero com a falta de emprego, carestia e a desigualdade social – que gera indubitavelmente aumento da violência urbana e falta de alimentos na produção rural – estamos caminhando a passos largos para um progresso sem comparação nas últimas décadas. Sem dúvida, Taquaritinga tem potencial para isso e este semanário jamais deixou de acreditar num futuro melhor para nossos filhos e nossos netos.
Isso na visão de um empresário moderno, como o é o burgomestre taquaritinguense, que entretanto – e sempre tem o entretanto para atrapalhar – esbarra infelizmente no gestor público, já viciado em leis e dispositivos do arco da velha, que põe obstáculos ao desenvolvimento e tolhe as melhores iniciativas. Carradas de razão tem o prefeito quando reclama da morosidade do poder público, principalmente das licitações que, benéficas de um lado, impedem o livre arbítrio e a criatividade de outro segmento.
A gestão pública moderna não comporta mais os antigos sistemas de administração. Os próprios cargos de confiança (contratados a bel prazer pelo chefe do Executivo) não têm mais vez na composição de um governo municipal, por exemplo. Os funcionários de carreira mediante concurso público cumprem perfeitamente as funções daqueles no trato das coisas oficiais e, na maioria das vezes, até melhor nos resultados obtidos, pois não têm indicações políticas e partidárias que os deixam de rabo preso ao poder.
Todos sabemos que alcaide está mal – muito mal mesmo – assessorado politicamente, o que não lhe dá a flexibilidade necessária para contornar a sua própria crise interna e os problemas que vira e mexe o prefeito vem enfrentando, principalmente com Poder Judiciário, que gosta das coisas bem explicadas, nos seus mínimos detalhes. Percebe-se que – afora a conhecida teimosia do chefe do Executivo – ele está dando ouvidos aos maus conselheiros ou, pelo menos, alguns que pouco compreendem da política em si.
Isso certamente não terminará em pizza e nem mesmo trará bom proveito para o futuro grandioso que o prefeito acenou para a Cidade na tarde sonolenta de domingo passado pelas ondas da Rádio Cidade. Convenhamos que, desse jeito, futuro nenhum terá êxito, seja administrativa ou politicamente, parecendo mais um “empurrar com a barriga” dos problemas que surgem no Município, como outros administradores já fizeram. Em vez de cortar o mal pela raiz, se minimiza com remédios seus problemas.
Este O Defensor espera que o chefe do Executivo taquaritinguense decida-se logo pela ação ao invés de esperar pelo amanhã que não chega nunca e que a população está cansada de ouvir que está prestes a chegar. “Empurrar com a barriga” não saudável para um empresário moderno, seja ele da vida pública ou privada, até porque sua visão de lince não combina com o atraso provinciano. O prefeito tem que “catequizar” seu povo para tempos mais avançados, modernos e da mais destacada tecnologia.
Não é para se fazer como faziam os políticos de antanho que deixavam as faraônicas obras para serem inauguradas nos anos de eleição para assim se beneficiarem dos votos de gratidão dos eleitores conformados. Eram os currais eleitorais formados pelos então coronéis da política (os mesmos que são os corruptos de hoje e que campeiam pelos quatro cantos do país dando trabalho para a Polícia Federal). Os tempos são outros e com eles mentalidades jovens das quais tanto precisamos agora hoje em dia.
Que as palavras de otimismo oferecidas pelo prefeito de Taquaritinga no domingo não sejam apenas para consolar, mas que sejam efetivamente de mudança para melhor, transformação inclusive do modo de governar a Cidade, com novas ideias e uma nova equipe não viciada no jogo do poder como a que temos hoje. Este O Defensor quer que o Município saia da mesmice e dê adeus a pasmaceira e, para tanto, tem que aproveitar as boas ideias que o chefe do Executivo disse que tem para administrar.
Como até agora, com um ano e meio de governo municipal, o burgomestre ainda não mostrou a que veio, que ele meta o pé nos fundilhos dos maus conselheiros, sob pena de amargar uma solene derrota no ano de 2020 e ver seu plano de transformar o Município numa “urbe” de primeiro mundo cair por terra logo no primeiro mandato de seu projeto. O prefeito vem de uma geração que sonhou muito e acreditou nesse sonho. E é certeza que ele não vai querer que justo o seu “passe” em branco hoje.