1 de novembro de 2024
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Nossa Palavra: Sapo de fora

Causou estranheza dias atrás a postagem on-line em determinada rede social de notícia dando conta de que grupo político da Cidade estaria prejudicando serviço da atual administração pública. Primeiramente pelo conteúdo da informação, que de maneira alguma coaduna com o formato de texto que é postado pela editoria do periódico. Depois, por ser um site produzido em Jaboticabal, fica a pergunta a quem interessa a publicação em defesa da gestão pública de nosso Município. Até porque a postagem é apócrifa – e, assim sendo, leva a crer que foi editada por alguém ligado ao grupo político do atual prefeito – e, se não o for, cabe a responsabilidade então aos responsáveis pelo órgão informativo on-line. Pessoas de informação de Taquaritinga, todavia, juram de pés juntos que o estilo da publicação não faz parte da tal página.

O grupo político do atual chefe do Executivo jamais admitiu – mesmo depois dele ter assumido as rédeas do poder municipal – de alguém ter utilizado forças de fora para governar Taquaritinga. Nos comícios, desenhavam caminhões de mudança colocando para fora da Cidade os forasteiros que queriam se apoderar do Município. Por isso, a estranheza de quem sempre se arvorou bairrista ao extremo em colocar a postagem numa publicação de Jaboticabal quando nós temos cinco jornais em atividade na terrinha. Não sabemos se a matéria foi paga (e quanto foi), mas com certeza a despesa seria bem mais reduzida fosse publicada num de nossos semanários. Até gostaríamos de fazer uma comparação estatisticamente dos nossos preços e dos de outras cidades, Jaboticabal por exemplo. Sempre é bom, independente de qualquer coisa, ver tabelas.

Hoje, o alcaide se esqueceu dos forasteiros que ele tanto odiava e também sai em busca de ideias alienígenas. Sabe (como ele sempre soube, mas fingia negar) que uma Cidade não deixa o provincianismo senão por força de pessoas que vêm de fora para somar. O Município cresce com o auxílio desbravado dos forasteiros que tanto foram humilhados e hoje são taquaritinguenses de coração. Os cidadãos que desprezam o dístico do cônego Lourenço Cavalini (“Um só coração”) não merecem ser chamados de taquaritinguenses. Marecem ser queimados na fogueira das vaidades e egoísmos.

E por ser postada num órgão de imprensa (mesmo on-line) que não é oficial, a matéria deveria ser constado como informe publicitário ou matéria assinada. Mesmo porque a notícia não assinada deixa margem de que foi produzida pelos donos do jornal e seus responsáveis. E qual o interesse do dono da página em defender gratuitamente a atual administração de Taquaritinga num site de Jaboticabal se não for matéria paga? Gostaríamos que a própria Câmara de Vereadores não se esquivasse perante a opinião pública de solicitar pedido de informação a Municipalidade para que tal fato seja muito bem esclarecido. Entendemos que não é de interesse de ninguém que a postagem do fato em questão deixe margem a dúvidas e às más-interpretações.

Voltamos a repetir: um grupo político que se esmerava em espantar forasteiros de casas e lojas e se orgulhava de ter um público patrioticamente municipal, hoje em vez de prestigiar a imprensa da Cidade procura os jornais forasteiros para publicações de matérias apócrifas. Isso não é bonito e, mais do que isso, é humilhante para aqueles que labutam no dia a dia com leitores e anunciantes para a sobrevivência de todos neste parque globalizado que se tornou a mídia nacional e internacional. Só nós que vivemos no interior sabemos o quanto custa vender informação com independência.

As publicações devem ser transparentes, facilmente explicáveis, e essa postagem que fez tão cáustica matéria atacando o presidente da Câmara e a presidente do Sindicato e em defesa da administração municipal tem que ser questionada de quem veio e qual o propósito que foi feita. Se for matéria paga, deve ser esclarecido o montante. Afinal, em passado não muito distante, costumava-se diz que sapo de fora era forasteiro e não chiava. Aqueles que ousavam se defender eram aniquilados nas emissoras de rádio e na imprensa escrita. Hoje, quando o prefeito reclama das críticas que recebe, urge retornar aos idos de 2005 para uma análise mais complexa do que uma coesão improvisada em meados de 2016 para não deixar o ex-prefeito ser reeleito.

Os jornais e rádios locais têm brios e não vão se deixar levar por uma postagem on-line num periódico de cidade vizinha, não importando se contra ou a favor da atual gestão taquaritinguense. Precisamos saber, isto sim, porque foi publicada (sem nome) em site de outra cidade, sendo que nós temos cinco publicações impressas no Município. E mais: essa postagem custou alguma coisa aos cofres públicos ou foi de forma graciosa? Por fim, a pergunta que não quer calar: a matéria foi produzida pelos quadros da Prefeitura de Taquaritinga ou nas redações deste periódico on-line de Jaboticabal?