Mais de 7 mil brasileiros morrem por ano devido a afogamentos. Como evitar?
O afogamento pode ser definido como a aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão. É uma fatalidade que leva muitas pessoas à morte, sendo no Brasil a segunda maior causa de morte nas idades compreendidas entre 5 e 14 anos. Anualmente mais de 7.000 brasileiros morrem por causa de afogamentos.
→ Quais são as principais causas de afogamento?
Os afogamentos são traumáticos e normalmente associados a momentos de lazer entre amigos e familiares. As causas são diversas, entretanto, relacionam-se, principalmente:
Falta de habilidade na natação;
Falta de conhecimento a respeito do local em que se nada;
Cansaço do nadador;
Traumatismo por mergulho em águas rasas ou com pedras;
Cãibras;
Uso de álcool;
Problemas de saúde, como infartos e crises convulsivas.
Analisando os fatores que levaram ao afogamento, podemos classificá-lo em primário ou secundário. O primário é aquele em que não existem indícios que justifiquem o afogamento. Já o afogamento secundário é aquele que apresenta uma causa que impediu a vítima de se manter na superfície da água, como uso de substâncias como álcool e problemas cardíacos.
→ Como o corpo reage em casos de afogamentos?
É comum que, ao entrar em contato com a água, uma pessoa prenda a respiração a fim de evitar a aspiração do líquido. Com o tempo, uma pequena quantidade de água pode ser aspirada, entrar em contato com o sistema respiratório e atingir a laringe, que, por um reflexo do próprio corpo, pode contrair as vias respiratórias superiores para evitar que mais água entre no organismo. Esse reflexo ocorre em cerca de 10% dos casos e pode causar morte por asfixia (afogamento tipo seco).
Na maioria dos casos, no entanto, o corpo não apresenta esse reflexo. Assim, após certo momento, o corpo, que necessita de oxigênio, promove movimentos respiratórios involuntários a fim de conseguir essa importante substância. No entanto, isso causa aspiração de uma quantidade considerável de água, o que desencadeia a perda da substância que mantém os alvéolos abertos, mudanças nos capilares presentes nos pulmões e o surgimento de edema pulmonar. Esses fatores diminuem a capacidade respiratória. O pulmão fica, então, completamente preenchido por água, ocorre perda de consciência, parada respiratória em virtude da obstrução das vias respiratórias e morte.
→ O que fazer em caso de afogamento?
A primeira coisa é nunca tentar salvar a vida de outra pessoa se você não for um profissional capacitado ou um exímio nadador. No desespero do afogamento, a vítima poderá causar o afogamento da pessoa que está tentando ajudar. Diante disso, é fundamental que o resgate seja feito por pessoas capacitadas. O ideal é jogar objetos flutuantes para a vítima.
Após o incidente, é fundamental chamar a ambulância ou os bombeiros. Caso a vítima esteja desacordada, o recomendado é realizar respiração boca a boca. Quando a pessoa apresenta-se sem pulso, recomenda-se a massagem cardíaca logo após tirá-la da água e chamar ajuda médica capacitada. Quando a vítima estiver acordada, mantenha-a aquecida e deitada de lado.
→ Prevenção de acidentes
A principal recomendação é conhecer suas limitações. Adultos e crianças não devem entrar em locais perigosos e nunca desafiar a força das águas. Além disso, quando em uso de medicamentos ou de bebidas alcoólicas, o nado deve ser evitado, uma vez que ocorrem alterações no organismo que podem impedir o nado com eficiência.
As crianças merecem atenção especial. Nunca deixe uma criança sozinha próxima a banheiras, piscinas, rios e mares. Quando bebês, é importante deixá-los longe de qualquer reservatório que contenha água.
Por Ma. Vanessa dos Santos/brasilescola.com.br