Nossa palavra
Estabelecer prioridades
Desde quando assumiu, com exceção da famigerada liberação do Estádio Taquarão, cuja conquista foi muito festejada pelos esportistas, o prefeito municipal não tem obtido êxito em suas empreitadas futuristas com uma única pergunta: há necessidade?
Não vamos aqui, por exemplo, desdenhar da compra do imponente prédio da Stéfani S/A, encravado na Praça Primeiro de Maio. Ele é de uma grandiosidade sem par nos dias atuais. Dentro do imóvel, sem dúvida, caberia uma prefeitura e meia e seu almoxarifado.
Independente do que se gastou (o chefe do Executivo afirma que as parcelas não pesam no bolso do contribuinte) fica questionamento que não quer calar: o que Taquaritinga e seu povo ganharão com isso a curto e médio prazo, em termos de prioridade concreta?
Cada administrador, é lógico, estabelece as prioridades de seu governo e faz seu roteiro, desde que ofereça à população um leque de opções nas áreas de saúde, educação, meio-ambiente. A Cidade patina, até agora, na saúde, desde quando começou gestão pública.
E não adianta colocar culpa no secretário Dr. Tomás Mendonça, que já pegou o trólebus fora dos trilhos. Com a frota dilacerada, os aparelhos já sucateados, esquema de agendamento ultrapassado, a saúde pública não deslancha. Está completamente estagnada.
Pergunta-se, então: num município que nem uma simples dipirona se encontra na farmácia municipal, é compreensível acenar com propostas mirabolantes e projetos arquitetônicos (a construção de viadutos é um deles)? Tem-se que entabular um bom planejamento.
Ainda dá tempo do chefe do Executivo colocar o trólebus nos trilhos, deixando de lado obras desnecessárias no momento (vamos colocar os pingos nos iis: o ginásio de esportes é um bom exemplo. Ficou lindo de morrer, sem dúvida, mas não era prioridade).
Se a Municipalidade começar a gastar dinheiro em obras que atendem ao povo, principalmente os da periferia, o prefeito de Taquaritinga poderá colher os frutos de um trabalho bem feito. Caso contrário não atrairá votos para sua empreitada no quadriênio.
Em alguns casos de sua administração, o prefeito municipal faz uma “economia burra”, pois não pretende despender, por conseguinte, recursos na contratação de vigia para a escola, mas acaba gastando muito mais em obras para a restauração do que já foi destruído.
A aplicação de verbas deve ser bem conduzida, para que não seja preciso refazer o que já foi feito. Nisso, o chefe do Executivo está certíssimo e já tecemos loas para suas aplicações. Não se pode esquecer, contudo, que o privado e o público não se confundem.
Uma vez disseram que a política era a arte de alimentar vaidades. Infelizmente é assim. Temos que administrar as massagens no ego e controlar as bajulações que o poder proporciona. Não se pode perder o chão, sob pena de somente construir castelos de areia.
O atual prefeito tem tudo para conduzir Taquaritinga nessa rota de realidade, de pés no chão. Era isso que, supostamente, os sufrágios que lhe foram dados almejavam. Mas na hora de estabelecer suas prioridades, o chefe do Executivo trocou as bolas e passou por cima.
Tem muitas coisas que precisam entrar nos eixos. O transporte coletivo urbano é uma delas e não pode esperar. A Viação Paraty já deu mostras de sobra de que não vai agüentar muito tempo neste Município e a Prefeitura terá que abrir uma nova licitação. E aí?
Readequar o que está fora de prumo é a palavra de ordem. Ouvir a população sempre e sem demora sobre saúde, educação, e cuidar do ser humano, essa é a palavra-chave. O prefeito precisa ouvir mais: como está a mobilidade urbana, a qualidade de vida aqui?
Enfim, esperamos que tudo se acerte nos próximos meses, o futuro não pode esperar. Taquaritinga: estamos atrasados anos-luz (e nisso o atual administrador não tem nenhuma parcela de culpa) defronte a disparada de outros municípios na senda do desenvolvimento.
Precisamos reagir!