23 de dezembro de 2024
Nossa Palavra

Quando as palavras viram metralhadoras

Taquaritinga tem uma peculiaridade ímpar: a de transformar palavras em metralhadoras. Qualquer fato que aqui se aplica – até mesmo poemas e romances – assume papel político-partidário e, para tanto, repercute positiva (ou negativamente) conforme o grupo de plantão.

Tarefa difícil, portanto, tem a imprensa nesse tiroteio de palavras disparadas como balas de metralhadoras a torto e à direito. Uma simples notinha ao pé de página de um buraco na rua ganha contornos de verdadeiro terrorismo intelectual. Ser independente e imparcial, então, está fadado a subversão criminosa perante os governantes estabelecidos.

Ter opinião própria e pensar com cabeça própria vira rapidamente ofensa, calúnia e difamação a ser julgada num tribunal de júri sob manto protetor indevassável e sem direito de resposta. Eles dão de ombros aos sofrimentos dos trabalhadores e não atendem aos clamores da população – que está num beco sem saída.

Enquanto os grupos se digladiam na ânsia de ocupar o poder, se perpetua a injustiça e – o que é bem pior – a insensatez, a falta de bom senso. As pessoas giram em torno de si mesmas, se acotovelam no ninho do egoísmo, o individualismo, gravitam por sobre os umbigos e sonham sonhos impossíveis. E o que é pior agora: não admitem nem mesmo sugestões ou aconselhamentos coletivos que já se armam com sete pedras e brandem espadas – aquelas de Dâmocles – sobre as cabeças daqueles que teimam em tecer sugestões (mesmo as construtivas) e são vistos como inimigos em trincheiras de guerra.

Na política partidária não existem inimigos declarados, existem adversários já conscientes de seus direitos e deveres. No quadro dos últimos prefeitos, por exemplo, são raros que conviveram pacificamente com a imprensa independente e não recorreram a artifícios do arbítrio e da exceção contra jornalistas e repórteres.

Um simples traque, na maioria das vezes, se transmuda em retumbante morteiro com ações judiciais e processos infindáveis correndo à revelia da população – que mal sabe o que está se passando nos bastidores do Município. Nesse ínterim é que alguns políticos se aproveitam para dramatizar simples opiniões em punhaladas traiçoeiras e, com elas, ficarem “bem” perante a comunidade.

A não ser por jornalistas “marrons” e sensacionalistas, geralmente rádios e jornais buscam simplesmente ajudar no progresso das cidades, contribuir com as autoridades constituídas para a solução de problemas crônicos, se firmar ao lado de administradores e gestores públicos para transformar municípios em vias de desenvolvimento na estrada da qualidade de vida e bem estar coletivo.

Neste O Defensor, por exemplo, não é outro nosso objetivo, independente de qual grupo esteja conduzindo as rédeas do poder, seja ele Y ou Z, senão o desenvolvimento e a justiça social da coletividade. Não nos apetece – como defensores da unidade na diversidade – criar intrigas entre partidos rivais ou antagônicos. Não temos inimigos em comum – a não ser o atraso, o marasmo, a incompetência a quem sempre combatemos e haveremos de combater.

Este O Defensor preza pela imparcialidade e independência, não se subjuga a ditames excusos à sua consciência, mas é protagonista de sua história e está sempre disposto a formar par com governantes bem intencionados e propensos a trabalhar por uma Taquaritinga igualitária, justa e solidária. Não é de nosso interesse a divisão e a perfídia, antes, pelo contrário, nos cabe arregaçar as mangas para novos projetos.

Continuaremos – e acreditamos como de resto todos os órgãos de imprensa – a mostrar os erros e elogiar acertos sem nos desviar um milímetro sequer dos caminhos da honestidade, decência e transparência de quem lida com os orçamentos públicos e o dinheiro do próprio povo. Não nos abateremos diante de bravatas e ameaças, mas ofereceremos a mão amiga e o ombro acolhedor àqueles que atenderem com iguald

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